Publicado em 22/09/2019 às 09h00.

Após morte de menina, entidades criticam políticas de segurança pública do Rio

Órgãos como a Anistia Internacional, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública se manifestaram após a morte de Ágatha Vitória, baleada no Complexo do Alemão

Redação
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Entidades como a Anistia Internacional, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública criticaram a política de segurança pública do Rio de Janeiro após a morte de Ágatha Vitória, de 8 anos, baleada na noite de sexta-feira (20) no Complexo do Alemão.

Testemunhas e familiares da garota, a quinta criança morta em tiroteios no estado este ano, contestam a versão da polícia. Eles dizem que a menina foi atingida por um tiro disparado por um policial.

A PM alega que os policiais revidaram após ataque de criminosos da comunidade. Em entrevista à TV Globo, o porta-voz da PM Mauro Fliess afirmou que o governo do estado está no caminho certo e que “não irá recuar”. Ele disse ainda não haver nenhum indicativo, até o momento, da participação de um policial militar no episódio.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro apontou a estatística de 1.249 pessoas mortas pela polícia nos oito primeiros meses deste ano.

“As mortes de inocentes, moradores de comunidades, não podem continuar a ser tratadas pelo governo do Estado como danos colaterais aceitáveis. A morte de Ágatha evidencia mais uma vez que as principais vítimas dessa política de segurança pública, sem inteligência e baseada no confronto, são pessoas negras, pobres e mais desassistidas pelo Poder Público”, afirmou o órgão.

A Anistia Internacional Brasil (AIB) criticou as políticas de segurança pública adotadas. Segundo a entidade, “a responsabilidade do governador é prevenir e combater a violência com inteligência e levando em consideração que todas as vidas importam, e não deixar um rastro de vítimas que deveriam ser protegidas pelo Estado, como Ágatha e mais de mil pessoas mortas só este ano por agentes de segurança pública no Rio de Janeiro”.

Já a Defensoria Pública do estado se colocou à disposição da família da menina e também criticou as ações policiais.

“Acreditamos em uma política de segurança cidadã, que respeite os moradores das favelas e de qualquer outro lugar. A opção pelo confronto tem se mostrado ineficaz: a despeito do número recorde de 1.249 mortos em ações envolvendo agentes do estado apenas este ano, a sensação de insegurança permanece. No caso das favelas, ela se agrava”, apontou.

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