Publicado em 20/08/2019 às 16h53.

Em suposto surto psicótico, sequestrador teria ameaçado incendiar ônibus

William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias; a arma utilizada no sequestro era de brinquedo

Redação
Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

 

O jovem Willian Augusto da Silva, de 20 anos, que trabalhava como vigilante e morava em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estaria em surto psicótico quando sequestrou um ônibus nesta terça-feira (20), na Ponte Rio-Niterói. Ele fez 37 pessoas de refém durante cerca de quatro horas e teria ameaçado atear fogo no veículo.

“Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. Durante a negociação, ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria parar o estado. Vamos ouvir os reféns e familiares para entender o que levou ele a praticar este ato”, disse o governador do estado, Wilson Witzel, em entrevista coletiva.

Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, que foi o responsável pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a polícia a iniciar a “negociação tática”, que culminou nos disparos fatais.

“No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado, com garrafas PET, com gasolina penduradas, e ele tinha um isqueiro, então a ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim”, explicou.

Por motivo de sigilo no inquérito, Nunes não revelou quantos atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. “Foram disparados os tiros necessários para ele parar. Ele também tinha uma faca e uma arma de choque”, informou o tenente-coronel.

Na coletiva, o governador Witzel voltou a defender que pessoas portando fuzis possam ser abatidas por atiradores de elite e informou que vai provocar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja dado um entendimento jurídico nesse sentido.

“Eu quero extrair o entendimento de que quem porta fuzil é ameaça iminente, não podemos esperar ele atirar primeiro. A sociedade precisa tomar essa decisão, vamos provocar o STF para ter esse entendimento jurisdicional. Se esse de hoje pode ser abatido, porque não quem está com um fuzil?”, questionou o governador.

William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo.

Temas: Rio , sequestro , Niterói

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