Fotógrafo Sebastião Salgado morre em Paris aos 81 anos

Ícone da fotografia mundial, o mineiro lutava contra sequelas de malária adquirida nos anos 1990

Redação

O fotógrafo Sebastião Salgado faleceu nesta sexta-feira (23), em Paris, aos 81 anos, em decorrência de complicações causadas por uma malária contraída na década de 1990. A confirmação foi feita pelo Instituto Terra, ONG fundada pelo próprio Salgado.

Reconhecido internacionalmente por suas imagens em preto e branco voltadas a temas humanitários, sociais e ambientais, Salgado deixou uma obra que projetou no mundo as contradições da humanidade. “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e reafirmou que restaurar o meio ambiente é também um gesto de amor profundo pela humanidade”, declarou o instituto.

Em entrevista ao The Guardian em 2024, o fotógrafo revelou que, apesar de afastado dos estúdios, não pretendia se prolongar muito mais. “Eu sei que não viverei muito, mas não quero viver muito mais. Já vivi demais e vi demais”, afirmou, lembrando que, na Indonésia, não recebeu tratamento adequado para a malária que hoje lhe causava graves sequelas.

Mesmo aposentado, Salgado preparava uma exposição para a COP30, em Belém (PA), marcada para novembro, na qual a Amazônia, tema recorrente em seu trabalho, seria destaque.

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em 8 de fevereiro de 1944, em Aimorés (MG). Graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1964–1967), fez mestrado na USP e doutorado em Economia na Universidade de Paris. Casado com a pianista Lélia Deluiz Wanick Salgado, deixou os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Lara.

Na década de 1970, descobriu sua verdadeira paixão pela fotografia e, ao longo da carreira, percorreu mais de 120 países, resultando em inúmeras exposições, livros e reportagens para a imprensa.