Publicado em 19/08/2017 às 14h30.

Rei do Ônibus deixa prisão após decisão de Gilmar Mendes

O Ministério Público Federal do Rio quer a suspeição do ministro, que foi padrinho de casamento da filha do empresário

Redação
Foto: Divulgação
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O empresário Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do RJ (Fetranspor) Lélis Teixeira deixaram a cadeia pública José Frederico Marquês, em Benfica, Zona Norte do Rio, na manhã deste sábado (19). Eles foram soltos após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, nesta sexta-feira (18).

Eles, que ficarão em prisão domiciliar, além de entregar os passaportes, estão proibidos de participar de qualquer gestão administrativa. O alvará de soltura de ambos chegou à cadeia pública por volta das 10h20 deste sábado.

Barata Filho, conhecido como o “Rei do Ônibus”, e Teixeira foram presos no começo de julho pela Operação Ponto Final – um desdobramento da Lava Jato. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção no setor de transportes do RJ, com a participação de empresas e políticos do estado, que teria movimentado R$ 260 milhões em propina.

A decisão de Gilmar Mendes derrubou uma ordem de prisão do juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio, desta quinta-feira (17). Neste mesmo dia, Mendes, que foi padrinho de casamento de um seu sobrinho com a filha de Jacob, havia determinado pela primeira vez a soltura de Barata Filho e Teixeira.

Na ocasião eles não chegaram a ser soltos, porque Bretas expediu novas ordens de prisão contra os envolvidos, por outros crimes. O Ministério Público Federal no Rio (MPF-RJ) enviou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um pedido de impedimento de Gilmar Mendes para atuar no caso.

Nesta sexta, Gilmar afirmou que o fato de ser padrinho de casamento de alguém não impede um juiz de julgar um caso. “Vocês acham que ser padrinho de casamento impede alguém de julgar um caso? Vocês acham que isto é relação íntima, como a lei diz? Não precisa responder”, alegou a jornalistas. Agentes da Lava Jato acharam também o telefone de Guiomar Mendes, esposa do ministro, na agenda do celular de Jacob Barata Filho.

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