Salvador poderá retomar medidas de isolamento na próxima semana, diz Bruno Reis

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), afirmou nesta sexta-feira (12) que poderá decretar, a partir da próxima semana, a retomada de medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia da Covid-19, cuja atual onda de infecções acelera agora com uma cepa mais agressiva do vírus Sars-CoV-2.

Em entrevista coletiva, o prefeito disse que todos os indicadores hoje apontam que a crise sanitária na capital chegou a um estágio de “grande preocupação”. Atualmente, 72% das UTIs para tratamento do novo coronavírus na cidade estão ocupadas.

“Mais do que nunca nós precisamos do apoio da população. Se continuarem os números como estão, semana que vem adotaremos medidas de isolamento social. Queremos isso? Não. Vocês sabem, eu nunca quis isso. Já são praticamente 45 dias como prefeito. Em nenhum momento, nós adotamos medidas de restrições, porque os números vinham estáveis, mas a gente já começa a perceber uma curva ascendente, que está crescendo muito rápido”, declarou.

Segundo o prefeito, a expectativa é que a demanda por leitos venha a crescer exponencialmente, já que as UPAs (unidades de pronto atendimento) já estão sendo pressionadas, o que ele atribui a um provável aumento de pacientes residentes no interior.

“O problema é a pressão nas UPAs, isso é real. Ontem, por exemplo, havia 83 pacientes para serem regulados, dependendo de leitos de enfermaria e leitos de Covid. Uma parte foi regulada. Hoje, em nossas UPAs, tinham 18 pessoas dependendo de novos leitos. Esses números vinham baixos.”

“Nos últimos três dias, os números têm crescido de forma expressiva. Não é só o índice de ocupação dos leitos de UTI. Não é somente esse dado, até porque hoje nós estamos abrindo 20 leitos, e o Estado também vai abrir mais 20 leitos na Bahia. Então, de hoje para domingo, nós estamos abrindo 40 leitos. o Estado inclusive já começa a se organizar para abrir novamente o hospital de campanha da Arena Fonte Nova”, acrescentou.

“O que mais preocupa a gente são os números de novos casos diários, o fator Rt [que mede a taxa de transmissão] e a velocidade de aceleração. Então, efetivamente tem um risco real de estar circulando uma outra cepa na cidade, muito mais agressiva e que tem feito os números crescerem a ponto de trazer grande preocupação”, disse Bruno Reis.