Publicado em 18/05/2021 às 07h39.

Equipe de Guedes se reuniu com Pfizer e AstraZeneca, mas disse não ser responsável por vacinas

Membros imputaram à Saúde negociação, que sofreu intervenção de secretário de Comunicação

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revela que o Ministério da Economia teve reuniões entre junho e agosto de 2020 com executivos de Pfizer e AstraZeneca para conversar sobre as vacinas contra a Covid-19 e disse às empresas que a compra não era uma responsabilidade da pasta –e sim do Ministério da Saúde.

Segundo a publicação, as informações estão em documentos da Economia enviados à CPI da Covid que dão mais detalhes sobre como membros do governo agiram no processo de compra das vacinas –consideradas cruciais pela própria equipe econômica para a recuperação da atividade do país.

A primeira reunião do Ministério da Economia com as empresas foi feita em 16 de junho com Fraser Hall, então presidente da AstraZeneca para o Brasil. A fabricante apresentou um plano voltado ao país envolvendo testes clínicos e negociação de vacinas.

A equipe econômica –liderada no encontro por Carlos Alexandre da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade –, respondeu que a pasta não era a responsável pelas compras. “O Ministério reforçou [à AstraZeneca] que a competência para aquisição de vacinas era do Ministério da Saúde”, afirmou a Economia à CPI.

Em 7 de agosto, menos de dois meses após o encontro com a AstraZeneca, a Economia teve outra reunião –nesse caso, com a Pfizer. A fabricante foi representada por Carlos Murillo, gerente-geral da empresa no Brasil, e outros funcionários.

Foi a Pfizer, que já estava assinando contratos em outros países, quem procurou o ministério –que, novamente, não entrou em tratativas. “A empresa foi informada na reunião que não cabe ao Ministério da Economia decidir sobre a compra de determinada vacina, pois se trata de uma decisão de saúde pública”, afirma a Economia no documento enviado.

O Ministério da Economia tem defendido até hoje que a negociação pela compra de vacinas não era uma função do ministro Paulo Guedes (Economia) ou da equipe. Segundo essa visão, os integrantes já tinham diferentes funções ligadas a cinco antigos ministérios (agrupados no guarda-chuva da Economia) –inclusive relacionadas à pandemia e seus efeitos.

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