Publicado em 20/05/2020 às 22h00.

Para Ministério da Saúde, ‘clamor’ justifica novo protocolo para cloroquina

Já o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta reafirmou riscos, sobretudo para os idosos, e criticou empirísmo

Redação
Foto: Ilustrativa/Freepik
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O “clamor” da sociedade por respostas no combate da Covid-19 foi a justificativa dada pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, para a elaboração da nova regra que permite o uso da cloroquina mesmo em casos leves. A representante do Ministério da Saúde também afirmou que não é possível esperar evidências científicas do “tipo A”, ou seja, estudos conclusivos.

O protocolo foi divulgado na manhã desta quarta-feira (20), sem que o Ministério da Saúde apresentasse estudos recentes como justificativa para adoção do medicamento. Sem titular da pasta, o interino general Eduardo Pazuello, não participou da apresentação. O secretário-Executivo Substituto, Élcio Franco, também argumentou que não é possível esperar por estudos.

“Todos sabemos que estudos científicos levam tempo. Se nós esperarmos que sejam seguidos todos os passos para que tenhamos evidências para iniciar algum tratamento terapêutico, já vai ter acabado a epidemia e milhares de pessoas morrerão”, afirmou Élcio Franco, atualmente o número 2 do ministério.

Riscos

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reafirmou que a recomendação de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina pode aumentar o risco de arritmia cardíaca entre idosos. A divergência sobre o uso da substância – defendida pelo presidente Jair Bolsonaro – foi uma das motivações para a saída do médico do Ministério da Saúde, em abril.

Segundo Mandetta, o medicamento é usado atualmente contra malária e lúpus, e na Covid-19 pode agravar a situação. “Essa dosagem que foi colocada, foi baseada em que? É muito empírico”, disse Mandetta. “Não dá para fazer desse jeito”, afirmou. Com informações do G1

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