Publicado em 30/04/2020 às 16h05.

Salvador se organiza para abrir 4 mil vagas em sepultamento e cremação

De acordo com dados da Sesab, capital baiana já perdeu 66 pacientes para o novo coronavírus

Estela Marques
Foto: Semop
Foto: Semop

 

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) se prepara para oferecer 4 mil vagas para sepultamento e cremação na capital baiana. Nesta quinta-feira (30), a pasta abriu chamada de contratação emergencial para construção de 1.820 gavetas nos cemitérios de Brotas e Plataforma.

O edital pensado para suprir demandas decorrentes do novo coronavírus é somado ao planejamento de expansão dos cemitérios municipais. Há cerca de um mês foram entregues 460 vagas na unidade de Brotas, e nos próximos quinze dias devem ser entregues mais 480 vagas em Plataforma e 120 em Paripe.

“A gente tem projeções da quantidade de falecimentos, mas não é certeza, nem pode prever o quantitativo. O prefeito e o governador têm feito ações que conseguiram estancar a curva, mas estudiosos informam que a partir da segunda quinzena de maio o pico de mortes pode aumentar. Já prevendo, a gente entrou com processo emergencial para construção de 1.820 vagas, pra pelo menos ter conforto e tranquilidade”, explicou o secretário Marcus Vinícius Passos, em entrevista ao bahia.ba.

Dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) indicam que 66 pessoas já morreram de Covid-19 em Salvador. Já dados do Portal da Transparência da Central de Informações do Registro Civil apontam que 31 pessoas morreram de Covid-19 na cidade, 7 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 220 de pneumonia e 145 de insuficiência respiratória.

As três últimas doenças são associadas ao novo coronavírus por causa dos sintomas que a contaminação desencadeia. Os dados se referem ao período entre 6 de março, quando foi diagnosticado a primeira pessoa com Covid-19 no estado da Bahia, e esta quinta (30).

Uso de cemitérios privados

De acordo com Passos, a prefeitura planeja fazer ainda um credenciamento com cemitérios privados. A ideia é custear 500 sepulturas nas unidades. Mas esta não é a única frente de atuação com os cemitérios que não pertencem à rede municipal.

Já existe um convênio com o cemitério Jardim da Saudade, que prevê duas cremações por dia. Isso significa 720 cremações ao ano, que também podem ser utilizadas pela população da cidade.

“Se me perguntar daqui a 20 dias, não sei se é o suficiente. Mas são 4 mil vagas novas que o município vai oferecer para a população mais carente, caso venha a ter esse número trágico de mortes”, acrescentou.

No começo da semana, a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre) lançou um chamamento para cotar preços de 4 mil urnas funerárias. O volume considera possível necessidade que surja decorrente de vítimas fatais do novo coronavírus.

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