Publicado em 12/02/2021 às 07h55.

Senadores cobram de Pazuello meta de vacinar toda a população em 2021

Ministro da Saúde prestou esclarecimentos aos parlamentares

Redação
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Em sessão temática realizada nesta quinta-feira (11), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cobrou do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a promessa de que toda a população brasileira será imunizada contra a Covid-19 até o fim deste ano, segundo garantiu o ministro.

Pazuello foi convidado a prestar esclarecimentos no Senado sobre as medidas tomadas pelo governo no enfrentamento da pandemia de coronavírus.

“Nós vamos vacinar o país em 2021, 50% da população vacinável até junho; 50%, até dezembro. Esse é o nosso desafio e é o que nós estamos buscando e vamos fazer”, afirmou o ministro ao ser questionado pelos parlamentares.

Ao fim da sessão, após manifestações dos demais senadores e dos esclarecimentos feitos por Pazuello, o presidente do Senado perguntou se a fala do ministro poderia ser tomada pelo Senado como um compromisso.

“É possível depreender que esse seja um compromisso e a expectativa do povo brasileiro possa se cumprir no sentido de que teremos a vacinação completa e plena no Brasil no ano de 2021?”, questionou Pacheco, após perguntar se a previsão é real, factível, e se será cumprida pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde.

O ministro afirmou que, no que depender do ministério, sim, a promessa será cumprida. Ele lembrou que alguns fatores são externos, como a liberação de insumos para a fabricação da vacina vindos de outros países, mas garantiu que o ministério trabalha para ter reservas e que a parte que depende do seu esforço pode ser tida como um compromisso.

A sessão de debates foi feita por requerimento da senadora Rose de Freitas (MDB-ES). O pedido inicial feito pela senadora previa a convocação de Pazuello, o que obrigaria a participação do ministro, mas foi modificado após um apelo do líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e transformado em convite. Para a senadora, o governo demorou muito para transformar a intenção de comprar vacina em algo concreto.

“Faltou, no Brasil, a iniciativa de organizar os estados, uma ação coordenada para atender a defesa da vida e o número de vacinas necessário para o povo brasileiro. Eu queria saber qual é o sentimento de Vossa Excelência, sobretudo em relação ao não atendimento dessa finalidade precípua, que é colocar o ministério para salvar as vidas que estão hoje perdidas em inúmeros hospitais espalhados pelo Brasil”, questionou a senadora.

Atraso

Para a maior parte dos parlamentares que se manifestaram, houve demora do governo para garantir as doses necessárias. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) apontou erros na estratégia de imunização. Para ela, se o Brasil conseguir avançar no ranking da vacinação não será graças ao governo, mas sim em razão da estrutura e das políticas de imunização já existentes.

Na mesma linha, Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que o Brasil tem 37 mil pontos de vacinação e disse que se o país tivesse vacinas suficientes, poderia imunizar, em 30 dias, mais de 70% da população. Para ele, o risco da demora é de que haja o desenvolvimento de uma cepa não suscetível e que todo o esforço já feito seja perdido.

“Pelo amor de Deus, eu clamo que este governo se empenhe ao máximo e compre vacina. Vamos desideologizar, mas vamos botar vacina dentro do Brasil e vacinar todas as pessoas que precisam dela, sob pena de jogarmos tudo o que fizemos até agora no lixo, e, em vez de 400 mil mortos, termos um 1 milhão de mortos, 1,5 milhão de mortos de entes queridos e famílias destruídas.

O senador Reguffe (Podemos-DF) disse que houve atraso do Ministério da Saúde para tomar as providências necessárias para a imunização. Ele lembrou que, apesar de o ministro ter assumido em maio, somente em dezembro foi editada uma medida provisória para viabilizar a compra de imunizantes.

“Se a única coisa que salva vidas para valer é a vacina, a vacina tinha que ser a prioridade absoluta, não ser contestada como o foi por parte do governo”, disse.

(Com Agência Senado)

 

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