Publicado em 27/08/2019 às 12h20.

Alta da desigualdade chega a 17 trimestres consecutivos, aponta FGV

De acordo com pesquisa, desde o fim de 2014 até o 2º trimestre de 2019, a renda dos 50% mais pobres da população caiu 17% e a dos 1% mais ricos cresceu 10%

Redação
Foto: Divulgação/FGV
Foto: Divulgação/FGV

 

A Escalada da Desigualdade, pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, mostrou que a desigualdade de renda domiciliar per capita do trabalho está aumentando há 17 trimestres consecutivos quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. 

De acordo com o estudo, esse é o maior período de concentração da série histórica brasileira. Nem mesmo em 1989, pico histórico de desigualdade de renda brasileira, foi precedido por movimento de concentração por tantos períodos consecutivos.

Desde o fim de 2014 até o segundo trimestre de 2019, a renda dos 50% mais pobres da população caiu 17% e a dos 1% mais ricos cresceu 10%. Até 2014, o bem-estar social crescia a 6,5% ao ano (porque a renda crescia e a desigualdade caía). 

Contudo, a pesquisa apontou que, em apenas dois anos, passou a cair quase os mesmos 6,5%. “Mais do que uma longa recessão seguida de lenta retomada, o país passou do crescimento inclusivo à recessão excludente”, diz a FGV. 

O maior perdedor da crise foi o jovem, com idade entre 20 e 24 anos, que teve uma queda de renda do trabalho de 17% – a queda média para toda a população foi de 3%. Outros grupos sociais tradicionalmente excluídos também foram bastante afetados pela crise: a população negra teve uma queda de renda de 8%; analfabetos, 15%; moradores do Norte e Nordeste do Brasil, 13% e 7%, respectivamente. Somente as mulheres tiveram um aumento de renda de 2%. 

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