Publicado em 21/05/2025 às 10h29.

Banco Inter eleva projeções para PIB de 2025 e prevê Selic alta até o fim do ano

Instituição revisa estimativas de crescimento, inflação e juros com destaque para o impacto do agronegócio e riscos fiscais

Redação
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

O Banco Inter foi mais uma instituição financeira a revisar para cima suas expectativas sobre o desempenho da economia brasileira em 2025. Segundo relatório da instituição, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve fechar 2025 com crescimento de 1,8%. Anteriormente, o banco projetava uma alta de 1,5%. Para 2026, a estimativa segue em 2%.

A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, aponta o desempenho do agronegócio como um dos principais motores da economia. O banco estima que o setor terá alta de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, contribuindo para um avanço de 1,1% no PIB do primeiro trimestre de 2025 frente ao quarto trimestre de 2024. Esse crescimento também reflete o bom desempenho das exportações.

O relatório do Inter destaca que o crescimento pode ser maior, caso haja nova expansão de gastos fiscais, o que manteria o mercado de trabalho aquecido. No entanto, também alerta para possíveis efeitos negativos de uma desaceleração global, que poderia impactar os preços das commodities e reduzir a produção industrial. Esse cenário poderia levar a uma variação negativa do PIB na segunda metade de 2025.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Inter projeta inflação de 5,3% ao fim de 2025, levemente abaixo da previsão anterior, de 5,4%. Para 2026, a projeção segue em 4,4%.

A inflação de serviços, segundo o banco, deve continuar pressionando o IPCA, embora haja expectativa de alívio na inflação de bens no segundo semestre, com destaque para a redução nos preços dos combustíveis. A projeção para o câmbio também foi revisada: de R$ 5,80 para R$ 5,70 por dólar.

A previsão do Banco Inter é de manutenção da taxa Selic em 14,75% ao ano na próxima reunião de maio, encerrando o ciclo de alta dos juros. Apesar disso, o relatório reconhece que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir o pico de 5,8% em agosto, o que justificaria a manutenção da Selic em patamar elevado até dezembro. O início da redução dos juros é esperado apenas para o fim do ano.

O banco aponta ainda que o processo de desinflação pode ser acelerado caso o governo execute com mais rigor a política fiscal, adotando medidas para conter o crescimento de gastos e cumprir a meta de resultado primário. Por outro lado, estímulos adicionais à economia poderiam manter a inflação elevada, pressionar o câmbio e prolongar o atual ciclo de juros altos.

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