Produção de grãos deve chegar a 209 milhões de toneladas
Os números são do 7º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira
![Graos de arroz (foto wikipedia)](http://d1x4bjge7r9nas.cloudfront.net/wp-content/uploads/2016/04/23215549/Graos-de-arroz-foto-wikipedia.jpg)
A produção de grãos da safra 2015/2016 deve chegar a 209 milhões de toneladas – aumento de 0,6% (1,3 milhões de toneladas) em relação à safra 2014/2015, que alcançou 207,7 milhões de toneladas. Os números são do 7º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (7). Houve redução, porém, de 0,6% em relação ao sexto levantamento, que previa uma safra de 210,3 milhões de toneladas de grãos. Mesmo assim,a safra será recorde. Segundo a Conab, a queda da previsão se deve a adversidades climáticas nas fases finais das culturas.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Itini, explica que a redução verificada está ligada à produção de soja. “O desempenho da lavoura foi abaixo do que se imaginava em algumas regiões, parte por excesso hídrico na região centro-sul. E agora o desempenho vegetativo na safra na região do Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia] ainda está começando ou nem começou; o calendário está tardio, o deficit hídrico é evidente, então temos que adequar a produção a esse cenário”, disse. A região de Matopiba é caracterizada pela expansão de uma fronteira agrícola baseada em tecnologias modernas de alta produtividade. A contribuição da região para a produção do país chega a 8%.
Marcelo Itini explica, entretanto, que a curva decrescente na produção era esperada e que a tendência de anos anteriores é que ela volte a crescer nos próximos levantamentos. “O espaço para fazer a verificação crescente dessa curva está no Matopiba, portanto vamos acompanhar o desempenho das lavouras lá porque essa contribuição de 8% é muito expressiva”, disse.
Mudanças climáticas
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, destacou que, à medida que o Brasil passou a fazer plantios durante todo o ano, o tema clima e agricultura ganhou mais relevância. “[Adotamos] modelo de agricultura mais resiliente para fazer frente as mudanças climáticas, que tendem a se acentuar.”
Para Lopes, variedade de cultivares de ciclo curto e práticas de cultivo conservacionistas, como o plantio direto, ajudaram o Brasil a manter a produtividade. Ele destaca ainda os sistemas integrados. “Nós acreditamos que esse se tornará o paradigma da agricultura no Brasil no futuro, integrar sistemas, ter lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta. É um caminho poderoso para o Brasil incorporar ao sistema produtivo as grandes área de pastos degradados que nós ainda temos”, ressaltou.
O aumento da temperatura global, para o presidente da Embrapa, não significa a inviabilidade dos cultivos no Brasil, pois a ciência vem aprimorando os sistemas produtivos. “O Matopiba é um exemplo. O Cerrado do Matopiba não é mesmo Cerrado do Brasil central, ele já caminha na direção do Semiárido. A pesquisa está estudando aquela região com cuidado, para gerar informação e nos permitir desenvolver sistemas produtivos adaptados àqueles desafios. Isso só foi possível em função da ciência, de políticas pública e do empreendedorismo dos nossos produtores”, disse Lopes.
Grãos
Segundo o levantamento da Conab, a produção de soja deve atingir 99 milhões de toneladas, 2,9 milhões a mais do que na safra anterior. O aumento foi possível por causa dos ganhos de área plantada de 3,2% ou 1 milhão de hectares.
Já o milho chegará a 84,7 milhões de toneladas, semelhante à produção de 2014/2015. A previsão para o milho primeira safra é de redução de 8,5% na produção, com estimativa de 27,5 milhões de toneladas, enquanto para o segunda safra a expectativa é de crescimento de 4,7%, devendo atingir 57,1 milhões e compensando a quebra do anterior.
Segundo a Conab, o feijão primeira safra recuperou a produtividade, o que deve se refletir em um aumento de 62,6 mil toneladas. A previsão é de um total de 1,2 milhão de toneladas contra 1,1 milhão da última safra, apesar da queda de 3,8% na área plantada, que deve alcançar 1 milhão de hectares.
No caso do arroz, há expectativa de queda de 10,2% na produção, em razão de uma área menor de plantio e a adversidades climáticas no Sul do país. As 12,4 milhões de toneladas de 2014/2015 caíram para 11,2 milhões nesta safra.
A área plantada prevista é 58,5 milhões de hectares. O espaço ocupado pelas principais culturas é 0,8% maior que o da safra 2014/2015, um aumento de 464,4 mil hectares sobre as 57,9 milhões anteriores. A soja é a cultura que garante mais de 56% da área cultivada do país.
A pesquisa da Conab foi realizada entre os dias 13 e 19 de março.
IBGE
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou a estimativa para a safra de grãos. De acordo com a entidade, serão colhidos 210 milhões de toneladas, resultado 0,2% superior ao de 2015. A diferença entre os dados divulgados pelo IBGE e pela Conab se deve aos períodos avaliados. O instituto analisa a colheita de janeiro a dezembro, enquanto a Conab se baseia no ano-safra, que vai de agosto a julho do ano seguinte.
Mais notícias
-
Economia
18h38 de 26 de julho de 2024
Em alta, dólar fecha em R$ 5,66 após críticas de Lula a Campos Neto
Moeda teve alta de 0,78% na semana, ganho de 1,06% no mês e alta de 16,39% no ano; dólar começou dia em baixa, mas inverteu sentido
-
Economia
18h11 de 26 de julho de 2024
Bandeira tarifária de energia volta a ser verde, sem cobrança extra
Contas de junho tiveram acréscimo devido à chuva abaixo da média
-
Economia
17h52 de 26 de julho de 2024
Ibovespa fecha com alta de 1,2%, puxado por Vale e inflação nos EUA; Usiminas desaba
Bolsas dos EUA fecham com forte alta, após dados de inflação em linha com expectativas
-
Economia
17h30 de 26 de julho de 2024
Eletrobras: possível acordo com governo progride – e pagamento deve ficar de fora
Companhia criaria um assento extra no Conselho de Administração, levando total para 10, e 3 desses 10 seriam garantidos ao governo federal
-
Economia
17h12 de 26 de julho de 2024
No McDonald’s, promoção de combo a US$ 5 aumentas a frequência de clientes nos EUA
Preço mais acessível tem ajudado rede trazer de volta clientes de menor renda que tinham trocado McDonald’s por restaurantes com preços mais baixos
-
Economia
15h56 de 26 de julho de 2024
Lula sanciona criação de título de renda fixa para estimular indústria
Limite de emissão da LCD será de R$ 10 bilhões anuais
-
Economia
15h28 de 26 de julho de 2024
Colheita de café 24/25 do Brasil avança a 81%, diz Safras
Levantamento apontou que 95% da safra de café conilon já foi colhida, ante 89% no mesmo período do ano passado
-
Economia
14h41 de 26 de julho de 2024
Petz salta na B3 após dizer que prazo para negociar com Cobasi pode ser estendido
Em relatório sobre riscos de canibalização da possível fusão entre Petz e Cobasi, analistas da XP estimaram 38 possíveis fechamentos de loj
-
Economia
14h27 de 26 de julho de 2024
Banco Central não tem motivo para aumentar a Selic, avalia gestor da Kinea
Roberto Elaiuy diz que vê ‘prêmio de risco’ na curva de juros, que embute um aumento de 1 ponto na Selic até fim do ano
-
Economia
14h13 de 26 de julho de 2024
Juros do cartão de crédito têm alta de 7,1 pontos percentuais e atinge 429,5% ao ano em junho
Taxa média de juros atingiu 39,6% ao ano em junho, com decréscimos de 0,3 ponto percentual no mês e de 4,6 pontos percentuais em 12 meses