Publicado em 28/01/2020 às 21h20.

Consumidores de Salvador aumentam intenção de consumo no início de 2020

O ICF registra 97,6 pontos, maior patamar desde abril do ano passado

Redação
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba

 

Em janeiro, o índice de Intenção de Consumo (ICF) das famílias de Salvador mostrou leve crescimento de 0,5% na comparação com dezembro e ficou nos 97,6 pontos, maior nível desde abril de 2019. Na comparação com o mesmo período do ano passado houve recuo de 1,6%, quando naquele mês o indicador registrava 99,1 pontos.

A ICF é elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA e o índice varia de 0 a 200 pontos, sendo que o patamar de 0 a 100 é considerado de insatisfação, e de 100 a 200 pontos de satisfação das condições econômicas das famílias.

Dentre os sete itens avaliados na ICF, o que mais cresceu em termos percentuais foi o Nível de Consumo Atual que passou de 73,7 pontos em dezembro para 75,7 pontos em janeiro, alta de 2,8%. Esse desempenho vai se expressar na prática com o aumento da procura dos consumidores soteropolitanos neste período das tradicionais liquidações de início de ano, principalmente dos bens mais caros como os eletrodomésticos e eletrônicos.

Até porque o segundo item que mais cresceu foi o Momento para Duráveis, 2,6% com 73,2 pontos em janeiro. “O momento é mais favorável para quem está disposto a comprar uma geladeira, fogão, televisor, uma vez que os lojistas buscam desovar o estoque do ano passado para entrada de novos produtos”, comenta o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.

E o que contribui para o aumento da demanda desses tipos de bens é a maior facilidade do crédito. O item Acesso a Crédito subiu 1,5% em relação a dezembro e chega aos atuais 99,7 pontos. Há um ano o patamar era de 96,1 pontos. “A taxa básica de juros no seu menor patamar força os bancos a ofertarem mais o crédito. E o consumidor, por sua vez, está tendo mais oportunidade de emprego o que dará condições para quitar o financiamento contraído”, acredita Dietze.

A injeção do 13º salário, os recursos do FGTS, o reajuste do salário mínimo e a inflação controlada são fatores que favorecem à ampliação dos gastos. O IPCA (índice de preços oficial) da região metropolitana de Salvador, por exemplo, fechou 2019 com 3,94%, abaixo da média nacional de 4,31%. É claro que o aumento do preço da carne gerou um leve susto no orçamento das famílias, mas que em termos gerais, os preços estão dentro do padrão. O item Renda Atual ficou tecnicamente estável em 0,1% com 103,5 pontos, ou seja, a maioria das famílias de Salvador está satisfeita com a renda em relação ao ano anterior.

Os dois itens relacionados ao emprego sofreram queda em janeiro. O item Emprego Atual caiu 1,8% e a Perspectiva Profissional recuou 0,6%. A pontuação respectiva foi de 115,3 e 115,6 pontos. Apesar do desempenho negativo, são os dois itens com as melhores avaliações do indicador no mês, o que não gera nenhuma preocupação. “Segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho, foram criados 1,8 mil trabalhos com carteira assinada em novembro, em Salvador. No ano, o saldo é positivo em 4,9 mil. Se analisarmos os números do Estado, em novembro houve a maior abertura de vagas para o mês desde 2013”, informa o economista.

“Em resumo, mesmo sendo um resultado positivo mais tímido, a tendência que o ICF vem seguindo desde julho do ano passado (menor patamar de 2019) mostra que houve uma melhora gradual das condições econômicas das famílias de Salvador. Há mais oportunidade de emprego, a inflação não exerce pressão significativa sobre a renda e o crédito está mais abundante e barato. A conjunção desses fatores é que devem manter o ICF na tendência positiva para os próximos meses”, conclui Dietze.

O crescimento de vendas na Black Friday e no Natal 2019 comprova a melhora do cenário econômico. A estimativa é que o país cresça em torno de 2,5% este ano e, desta forma, os investimentos com geração de emprego e renda serão mais expressivos, principalmente em infraestrutura, o que terá um efeito muito benéfico para a saúde financeira das famílias e dando condições para o indicador voltar aos bons patamares vistos no período pré-crise, entre 2013 e 2014.

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