Publicado em 25/12/2020 às 07h20.

Ecommerce deslancha em meio à pandemia, cria empregos e puxa pequenas empresas

Mudança de hábito dos consumidores acelera transformações em curso, aumenta faturamento e expande oportunidades de trabalho

Redação
Foto: divulgação Fecomércio
Foto: divulgação Fecomércio

 

Se o comércio eletrônico, o ecommerce, já vinha em crescimento expressivo no Brasil, esse movimento só aumentou após a pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19.

Com o distanciamento social e o isolamento sendo fundamental para combater o vírus, foi preciso readaptar os modos de consumo, o que foi positivo para o segmento, visto que, além da alta no faturamento, os consumidores também passaram a comprar mais online.

Nos meses de pico da restrição social, como abril e junho, mais de 5,7 milhões de clientes fizeram a sua primeira aquisição pela internet, segundo dados da Neotrust.

A pandemia forçou o surgimento de um novo público consumidor e também diversificou o carrinho de compras online, incluindo produtos que antes só eram adquiridos no supermercado.

No pré-Covid, o brasileiro usava a internet para adquirir bens duráveis, como smartphones, televisores e eletrodomésticos; durante a pandemia, compras de rotina, como bens perecíveis, itens de limpeza e de farmácia, viraram hábitos de consumo.

O resultado disso é que pequenas empresas foram para o online, investindo em canais próprios ou utilizando a estrutura de gigantes, como o marketplace da Magazine Luiza, e as grandes anteciparam em anos a digitalização do varejo.

Segundo a Câmara Brasileira de Economia Digital, que reúne dados do ecommerce, o faturamento do comércio eletrônico cresceu quase 50% no acumulado do ano em outubro (último dado fechado pelo levantamento), na comparação com o mesmo período de 2019.

De julho a setembro, a penetração de consumidores no comércio digital, considerando a população de internautas no país, foi de 18%. No mesmo período do ano passado, havia sido de 11,3% e, em 2018, de 8,5%.

Mais emprego

Outro ponto foi a contratação demais pessoas com a adoção do home office. Apesar da crise econômica, o setor de tecnologia seguiu contratando neste ano, impulsionado pela expansão dos meios online de comunicação e compras.

A própria possibilidade de adoção da modalidade de trabalho remoto passou a refletir as desigualdades do país neste ano. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 7,9 milhões de brasileiros estavam em home office no final de setembro.

No início da série, em maio, eram 8,6 milhões. Segundo especialistas, o trabalho remoto é um benefício adicional para os mais qualificados, principalmente aos que têm mais escolaridade.

Os dados do IBGE reforçam essa visão. Cerca de 73% dos que trabalhavam remotamente em julho concluíram o ensino superior completo ou uma pós-graduação. Menos de 1% não completaram o fundamental.

Ainda assim, o boom do ecommerce também favoreceu os pequenos negócios. Muitas lojas passaram a atuar com muito mais frequências nas redes sociais. Outras até surgiram em meio à pandemia. As informações são da Folha de S.Paulo.

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