Publicado em 24/09/2020 às 11h18.

Em julho, franquias se aproximaram do faturamento pré-pandemia, aponta pesquisa

É o terceiro mês consecutivo de recuperação, sendo que a taxa de julho é significativamente menor do que os 48,2% em abril

Redação
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Depois de um período desafiador no 2º trimestre, o setor de franquias acelerou sua trajetória de recuperação em julho, registrando uma redução média de faturamento de 7,2% em relação ao mesmo período de 2019.

É o terceiro mês consecutivo de recuperação, sendo que a taxa de julho é significativamente menor do que os 48,2% em abril, os 41% em maio e os 30,1% em junho, conforme mostra o estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em parceria com a empresa de pesquisas AGP.

Tal desempenho é atribuído a melhora do quadro geral da economia e do setor, incluindo agendas mais avançadas de reativação econômica, maior número de unidades em operação, fortalecimento dos canais digitais e a melhora na confiança por parte do empresariado e do consumidor.

A manutenção dos juros em níveis historicamente baixos e os programas de renda emergencial também impactaram positivamente. “De fato, o quadro macroeconômico melhorou muito, mas creio que o esforço das franquias desde março no sentido de intensificar o suporte aos franqueados, digitalizar processos e canais de venda, reconquistar o consumidor e buscar alternativas de negócio tenham surtido efeito. A maior operação dos shoppings, com todos os cuidados necessários, é outro fator que impulsionou o setor”, afirma André Friedheim, presidente da ABF.

Pela primeira vez deste o início da pandemia, segmentos do franchising voltaram a registrar crescimento no faturamento na comparação com o mesmo período de 2019. É o caso de Casa e Construção que registrou um crescimento de 36% em relação a julho do ano passado.

“É um número que chama a atenção, mas temos que ter em mente que a pandemia represou vendas e mudou sazonalidades. Como vários indicadores e estudos apontam, o fato de as pessoas passarem a quase totalidade do seu tempo em casa levou a investimentos e melhorias como reformas, compra de móveis e decorações, montagem de escritórios e até a aquisição de piscinas. No entanto, isso não seria possível sem a força destas marcas, seu intenso trabalho de comunicação e a criação de novos canais de venda”, explica Friedheim.

Já Comunicação, Informática e Eletrônicos apresentou uma taxa de expansão significativa. Neste caso, a intensa digitalização dos negócios e da comunicação foram os principais impulsionadores. Serviços e Outros Negócios cresceu 9%, alavancados por serviços logísticos e B2B. “Fora os fatores mercadológicos, cabe mencionar a capacidade de reinvenção do setor e a preparação para atender esse aumento de demanda em um contexto ainda delicado”, disse o presidente da ABF.

Merecem destaque ainda os segmentos que, embora não tenham crescido, estão mais próximos dos resultados de 2019. São eles Saúde, Beleza e Bem Estar, com redução de apenas 2%, e Limpeza e Conservação, com queda de 6%.

Os segmentos de Alimentação (-27%) e Moda (-47%) apresentaram um impacto maior, mas também mantém uma trajetória de melhoria nos últimos três meses. O estudo ABF/AGP apontou também que 5,1% das unidades de franquia estiveram fechadas temporariamente em julho, queda de quase seis pontos percentuais em relação a junho. A taxa de encerramentos definitivos chegou a 2% e a de repasse a 0,3%.

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