Publicado em 09/05/2024 às 17h52.

Ibovespa fecha com queda após Copom ‘duro’ e balanços, mesmo com alta de blue chips

Índices em Nova York tiveram pregão de ganhos

Redação
Foto: Pexels

 

O Ibovespa (IBOV) fecha em queda de 1,00%, aos 128.188,34 pontos, uma perda de quase 1,3 mil pontos, foi como uma preocupação com o futuro. De acordo com informações do portal InfoMoney, o dólar subiu 1,01%, a R$ 5,14. E os DIs (juros futuros) tiveram altas consistentes por toda a curva.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optou ontem, após o fechamento, por reduzir o ritmo a flexibilização e cortar em 0,25 ponto percentual a Selic. A taxa passou de 10,75% para 10,50% ao ano. Mais do que o corte menor em si, a falta de unanimidade projetou como poderá ser o comportamento do BC a partir de 2025, sem Roberto Campos Neto no comando. Os que votaram por uma redução maior, de 0,50 ponto percentual, foram Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Rodolfo Margato, economista da XP, que participou hoje do Morning Call da XP, disse que chamou à atenção no comunicado foi o fato dos quatro que votaram pela manutenção do ritmo de corte da Selic de 0,50pp terem sido indicados pelo atual governo. “Isso aquece o debate, as discussões no mercado, principalmente com relação à condução da política monetária a partir de 2025”, afirmou. O medo do mercado é que haja menos rigidez na política monetária no ano que vem, com um novo presidente, que pode ser Galípolo.

“Sobre a sinalização dos próximos passos, não há orientação futura (no comunicado do Copom)” e isso se deve, segundo Margato, às incertezas, fazendo com que não houvesse no comunicado o chamado forward guidance. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não disse que a decisão e disse que prefere esperar a ata do encontro, que será publicada na próxima terça-feira (14), mas ressaltou que “o guidance era uma coisa muito importante de se observar”.

A menção às preocupações fiscais, ao agravamento das previsões de inflação para 2025 e ao tom de dependência dos dados para novos ajustamentos estão entre os elementos mais agressivos do comunicado. O BofA segue esperando um corte final de 25 pontos-base na próxima reunião, em junho, antes de interromper o ciclo de flexibilização este ano, com a taxa Selic em 10,25%.

A flexibilização deverá ser retomada no próximo ano sob o novo conselho e nova postura do Fed, segundo o banco norte-americano. As taxas devem chegar 9,0% até o final de 2025.

Ibovespa, blue chips e balanços

Entretanto, não foi só o dissenso no Copom que derrubou a Bolsa. Apesar das altas em Nova York, com o Dow Jones chegando à sétima sessão positiva seguida, o Ibovespa recuou também com os balanços. Nem mesmo a Vale (VALE3) subindo 0,81% e a Petrobras (PETR4) ganhando 0,97% conseguiram evitar a queda do principal índice em São Paulo. A enxurrada de balanços após o fechamento do mercado de ontem foi crucial para isso.

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