Investimento com cultura na Bahia volta a crescer após queda em quatro anos seguidos
Na comparação com os demais estados, a Bahia tinha a 15ª maior despesa média mensal de consumo, mas apenas a 17ª maior despesa com cultura
Após queda de três seguidos, o investimento do governo estadual e municipal em cultura na Bahia voltou a crescer. O valor investido aumentou 4%, chegando ao montante de R$ 173,872 milhões em 2018. O balanço foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nesta quinta-feira (5) através do estudo do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2007-2018.
Os dados da Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Economia, apontam que no ano passado, a Bahia perdeu o segundo lugar para o Distrito Federal do estado que mais gasta com cultura no Brasil. Segundo o IBGE, o valor investido pelo governo estadual em 2018 foi 25,1% menor que em 2014, quando os investimentos atingiram o maior patamar, e 11,2% menor que em 2011, quando o instituto iniciou a série de pesquisa.
O estudo aponta que a Bahia esteve entre os três estados que mais reduziram, em valores absolutos, os gastos no setor cultural. O Rio de Janeiro teve a maior queda absoluta em ambos confrontos. A Bahia ficou com o segundo maior recuo frente a 2014 e o terceiro a frente de 2011, alterando com São Paulo, que, apesar da queda, é o estado com maior gasto em cultura no país em todos os anos. Em contrapartida, Ceará e Maranhão apresentaram os incrementos mais expressivos nos seus respectivos dispêndios com cultura, em valores absolutos, tanto frente a 2014 quanto a 2011.
Segundo informações do Ministério da Cultura, os gastos que também cresceram, mas de maneira tímida, foram os número de projetos culturais aprovados no programa nacional de incentivo à cultura e o valor captado por eles. Entre 2017 e 2018 o número de projetos culturais baianos aprovados passou de 35 para 37, mas ainda era quase a metade de 2011, quando haviam sido aprovados 68 projetos. O valor captado por esses projetos ficou em R$ 14,269 milhões, 28,8% acima de 2017, porém 15,7 abaixo de 2011.
Apesar disso, o município tem investido no setor cultural de uma maneira mais expressiva crescendo pelo segundo ano consecutivo. A Bahia chegou no valor recorde de R$ 361,384 milhões, 12,4% acima do que foi gasto em 2017 e 72,4% acima do valor investido em 2011. O estado tornou-se o quarto maior investidor em cultura municipal entre os estados brasileiro, perdendo apenas para São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.
Os volumes significativos dos gastos públicos com cultura, tanto em nível estadual quanto municipal, o estado não fica muito bem colocada quando se trata de acesso potencial a equipamentos culturais. Segundo o IBGE, na Bahia 4 em cada 10 baianos moram em cidades sem museu, que também se encaixa no número de pessoas que vivem em cidades onde não há nenhum teatro.
O cinema também é um equipamento ausente nos municípios baianos. Segundo a pesquisa, em 2018 6 em cada 10 pessoas moravam em locais onde não havia uma sala de projeção sequer. Por outro lado, as rádios locais de AM ou FM e os provedores de internet são equipamentos mais presentes nas cidades da Bahia. Com 8 a cada 10 baianos com algum desses três equipamentos em suas casas, a Bahia ficou acima da média nacional nessa categoria.
Por falar em internet, as famílias baianas costumam gastar em média R$ 202,95 com produtos e serviços ligados à cultura, como internet e TV por assinatura. Esse valor corresponde a 7% da despesa mensal total do consumo de uma casa. Isso coloca a cultura como o quinto grupo de gastos de consumo mais importante no estado, de um total de 11, ficando atrás de habitação (28,2% das despesas de consumo), alimentação (21,6%), transporte (15,9%) e assistência à saúde (8,7%).
O peso da cultura nos gastos familiares era bem semelhante no país como um todo. Em 2018, o gasto médio mensal das famílias brasileiras com cultura representava 7,5% das despesas de consumo, o que significava uma despesa mensal de R$ 282,86 num total de R$ 3.764,51. Era também o quinto grupo mais importante.
Na comparação com os demais estados, a Bahia tinha a 15ª maior despesa média mensal de consumo, mas apenas a 17ª maior despesa com cultura. Em valores gastos mensalmente com cultura, ficava atrás de todos os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, Amapá, Rio Grande do Norte e Sergipe. Perdia ainda para Amazonas e Acre, que, apesar de terem despesas de consumo totais menores do que a baiana, gastavam mais com cultura.
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