Publicado em 18/12/2020 às 16h57.

Mais de 70% dos bares e restaurantes baianos operam com prejuízo

Presidente da Abrasel relata ao bahia.ba que setor ainda busca equilíbrio para lidar com demanda em queda, preços subindo e escassez de produtos

Adriano Villela
Foto: divulgação/Abrasel-BA
Foto: divulgação/Abrasel-BA

 

Passados cinco meses do início da reabertura econômica na Bahia e no estado após parada forçada pela pandemia, mais de 70% dos bares e restaurantes operam no prejuízo. Segundo relato feito ao bahia.ba pelo presidente-executivo da Abrasel-BA, Luiz Henrique Amaral, o setor busca um equilíbrio para lidar com a “equação perversa” da oferta em queda e preços em alta de algumas mercadorias. A escassez de produtos, como bebidas, carnes e derivados do leite, também tem sido um dificultado.

“O quadro ainda é muito delicado”, afirma o executivo, que vê um cenário regional ainda pior do que a média nacional. No começo da semana, a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) divulgou pesquisa segundo a qual 27% dos estabelecimentos do segmento tiveram queda de faturamento acima de 50%. Na Bahia, Luiz Henrique Amaral informa que cerca de 30% das unidades fecharam as portas durante a pandemia.

Para dezembro, a expectativa é de uma receita entre 70% a 80% do montante verificado no mesmo mês de 2019, mas no balanço anualizado este percentual será significativamente menor, em decorrência dos cinco meses que o setor atravessou praticamente fechado. Amaral avalia que no verão as venda poderão melhorar, mas os custos sofrerão pressão, sobretudo na folha de pessoal com o fim da redução de jornada e da suspensão do contrato de trabalho.

A inflação dos alimentos também contribui para as dificuldades do setor. ” (ou aumento dos preços) afeta diretamente as margens e a formação de preços, gerando um impacto inflacionário em um momento delicado, em que é cada vez mais difícil o repasse para o cliente”, frisa.

Papo reto

Para o presidente executivo, uma alternativa para o setor é o que ele chama de papo reto, um diagnóstico realista do situação atual,acompanhando custos e a geração de receitas possível. “Encare a realidade seu negócio, projete seus cenários e dai encontre as melhores soluções para tudo isso”, orienta. Outra dica que ele sugere é monitorar de perto o cardápio.  No lado das oportunidades, um avanço importante, que o executivo encara como consolidado, são as vendas online. “Há uma movimentação muito grande em novos modelos de gestão, de entendimento de seus custos e adequação para este momento. Isso tudo gera um estímulo de busca em gestão empresarial mais eficiente”, comentou

Luiz Henrique Amaral conta que traçou dois grandes cenários para a pandemia: um até a descoberta da vacina e outro após o início da imunização. “A vacinação é um dado realmente muito importante porque é um definidor de impacto na maneira de consumir. Vai realmente trazer novos momentos, novas situações. Há uma esperança muito grande para que isso aconteça o mais breve possível e a gente possa retornar a um novo horizonte de negócios, de vida e de saúde para todos nós”, comenta.

Sobre os protocolos de funcionamento atualmente, o dirigente afirma que bares e restaurantes absorveram  as adequações com tranquilidade, principalmente pela natureza da atividade, que tem que seguir as exigências na segurança alimentar. Amaral reconhece que episódios de aglomerações em áreas externas trazem dificuldades pela importância do isolamento social. “Não são aglomerações no ambiente dos bares”, arremata.

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