Publicado em 08/05/2020 às 09h25.

Odebrecht negocia acordo para salvar negócio de R$ 13 bilhões

Empreiteira tenta não perder de vez e agora o controle da Atvos, que atua no segmento de açúcar e álcool

Redação
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

 

A Odebrecht vai buscar uma composição com o fundo americano Lone Star para tentar não perder de vez e agora o controle da Atvos, seu negócio de açúcar e álcool. Nesta sexta-feira (8), credores da recuperação judicial da empresa iniciarão uma assembleia, que deve ser suspensa e retomada somente no próximo dia 19. As informações são do site da revista Exame.

Segundo a publicação, as partes envolvidas na operação combinaram um acordo temporário de paz, sem novas investidas jurídicas, para encontrar uma saída de consenso durante esse período.

A Atvos foi alvo de um movimento inédito no mercado brasileiro nessa semana: a gestora de recursos americana tomou o controle da empresa em meio a um processo de recuperação judicial bilionário e que tem os grandes bancos nacionais como credores. Quanto custou? A bagatela de 5 milhões de dólares, diz a Exame.

Para o movimento, a Lone Star comprou 50,1% das ações da dona da Atvos que estavam em garantia para credores da Odebrecht no Peru, que têm a receber 220 milhões de dólares. A operação não envolveu os créditos, somente as ações.

A Atvos está em recuperação judicial há quase um ano, desde o fim de maio de 2019, com 11 bilhões de reais em dívidas com terceiros (há mais 4 bilhões de reais em compromissos com o próprio grupo Odebrecht). Do total devido, cerca de 80% são créditos detidos pelo BNDES e pela Caixa. A Lone Star mesmo tem 1,1 bilhão de reais a receber. Se assumir o negócio, leva a responsabilidade sobre os compromissos.

A empresa sucroalcooleira foi a primeira do grupo Odebrecht a pedir proteção judicial contra credores, justamente em razão de execuções promovidas pela Lone Star, que tem 85 bilhões de dólares sob gestão e é reconhecida internacionalmente pela sua atuação agressiva em processos desse tipo. No Brasil, é representada pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados (TWZ).

 

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