Mudança na presidência pode dar novo fôlego ao país
Opinião é de empresários e entidades de classe, sobretudo se novo governo se dispuser a colocar em prática as reformas trabalhistas e tributárias
Empresários e representantes das principais entidades da classe no país acreditam que a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados poderá dar um novo fôlego ao país, se um eventual novo governo se dispuser a colocar em prática as reformas trabalhistas e tributárias, sobretudo.
Para Pedro Wongtschowski, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), se o vice-presidente Michel Temer (PMDB) realmente se comprometer a colocar em prática as propostas do programa “Uma Ponte para o Futuro”, haverá uma renovação de esperança para o Brasil, que deverá ser reconstruído lentamente. “O Estado parou de funcionar. É preciso, agora, rever os programas e promover o ajuste fiscal.”
Em nota, o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal reforçou a importância de se refazer a confiança no mercado. “Espero que o país encontre seu caminho num ambiente democrático e de amplo entendimento, que será essencial para restabelecer a confiança nos agentes econômicos, base para tirar o país da recessão e retomar o crescimento econômico.”
Reformas – José Velloso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), diz que a mudança poderá ser positiva para a retomada do investimento e do emprego “Passada (a aprovação) do impeachment (pelo Senado), o novo governo tem de priorizar três importantes pontos: reformas tributária, trabalhista e política. Sem as reformas trabalhista e tributária, haverá alto risco de gerar novos empregos no Brasil.”
Na avaliação de Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), empresa que detém a concessão de ativos de infraestrutura, a situação daqui para a frente não será fácil. Mas, pelo menos, o País terá condições de aprovar medidas necessárias para a retomada do crescimento. “Não saímos do problema, mas o viés mudou. Agora, temos condições de aprovar alguma coisa”, afirma o executivo. Segundo ele, no entanto, o caminho da recuperação será longo e doloroso.
O presidente da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio, espera que Michel Temer tenha se preparado para fazer o que tem de ser feito de forma rápida, se não ele também sofrerá pressão. “Não é uma tarefa fácil, tem de cortar gastos, resolver a questão dos Estados e arrumar dinheiro para investir”, disse. “Vamos esperar que algo novo aconteça e que o País consiga reagir.”
Retomada – Em coletiva de imprensa, o presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, disse esperar que o término do processo de impeachment ocorra o mais rapidamente possível, o que permitiria a retomada da confiança. “Com isso, a roda da economia volta a andar, gerando empregos, desenvolvimento, investimentos.” Skaf reforçou que o processo tem acontecido dentro das determinações constitucionais, passo a passo, e não pode ser chamado de golpe.
Para o presidente da Associação de Lojistas de Shopping do Brasil (Alshop), Nabil Sahyoun, é importante que o País se una pela retomada da economia. “Temos de fazer uma transição tranquila, em um momento em que o poder aquisitivo da população está muito menor, a inflação está alta e a inadimplência avança ” Sahyoun defendeu ainda que um novo ministério seja formado por especialistas, e não por escolhas políticas, e que as medidas a serem adotadas sejam discutidas com o empresariado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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