Publicado em 02/12/2022 às 19h15.

Festival Boca de Brasa mostra força das culturas da periferia de Salvador

Neste ano, o tema do evento foi 'A voz que vem do gueto'

Redação

 

Foto: Luis Costa/Secom
Foto: Luis Costa/Secom

 

Uma noite para celebrar as culturas periféricas de Salvador. Essa é a frase que sintetiza toda a grandiosidade que foi o Festival Boca Brasa, promovido pela Prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM) no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360, localizado em Alto de Coutos. Com o tema “A voz que vem do gueto”, o evento foi marcado por uma programação diversa, com artistas que se formaram e construíram suas carreiras nas periferias da cidade.

A sala de espetáculos trazia toda a atmosfera e estética dos paredões, e, a cada artista que subia ao palco, o público vibrava e entoava em uma só voz todas as músicas apresentadas. Um dos primeiros artistas a subir ao palco foi o cantor Bruno Barroso. Ele, que já tem passagem pelo Festival, acredita na sua importância. “O projeto tem um significado e um peso dentro do cenário. Sua concepção coloca em pauta pessoas que talvez não teriam tanto espaço, mas que o Boca de Brasa se responsabiliza em colocá-la em evidência”, afirmou.

A estrela mirim Lilica Rocha também participou da celebração. Para ela, “as crianças do gueto, da periferia não se sentiam representadas e, por isso, nunca se sentiam artistas. A partir desse festival, as crianças podem se ver e se formar artistas também”. Em parceria com o também cantor mirim, Eduardo Guimarães, Lilica se divertiu no palco e encantou os presentes com seu talento.

A vice-prefeita Ana Paula Matos acompanhou o festival, e disse que saiu “encantada”. “A gente tem buscado cada vez mais investir no fortalecimento da cultura jovem, identificar esses talentos e dar as ferramentas para que eles possam se aprimorar”. “Na periferia existe vida, cultura, arte e muita paixão por nossa cidade”, disse Ana Paula.

Ela ainda destacou a importância do Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360 em revelar e formar os talentos das periferias. “Hoje é um show de final de ano, mas durante o ano todo tem oficinas e cursos que ajudam na geração de emprego e renda para esses jovens”.

Diversidade musical e de gênero

Com programação eclética, a produção do evento convocou artistas de vários gêneros musicais. O público curtiu Gospel, MPB, Funk e Reggae. “Hoje, em especial, é um evento que determina que aqui é a periferia, apresentando para a própria periferia o que sua arte tem de melhor”, disse o cantor Mavi.

A drag queen Chocolate Batidão levou a força de sua batida e coloriu a plateia com seu glamour. “Estou no festival para trazer a representatividade da classe LGBTQIAP+. Espero que tenham mais eventos como esse, que promovem a cultura e engrandece essa arte, que muitas vezes não tem oportunidade.”

O presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro, cumprimentou disse que o festival contribui para a produção cultural das periferias de Salvador. “Nesta noite, estamos presenciando um coroamento de um trabalho que vem desde 2013. Este é um lugar que tem a mesma potência de um Teatro Castro Alves. Esse é um projeto que tem que acontecer aqui para que a periferia se veja, veja seus parceiros e celebre toda sua potência artística e cultural.”

Realização

‘O Festival Boca de Brasa acontece anualmente com objetivo de valorizar e dar visibilidade às produções artísticas realizadas nas comunidades de Salvador. O resultado é o ponto alto de todas as atividades que passaram pelos palcos de seus espaços culturais, tendo como objetivo promover a circulação de produções culturais, estimular a profissionalização do setor, bem como criar pontos de difusão artísticas nos mais diversos territórios da cidade’, segundo a prefeitura.

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