Publicado em 14/09/2018 às 17h20.

Promotoria cobra R$ 7 milhões de Julio Cocielo por ‘caso Mbappé’

Youtuber foi acusado de racismo após um comentário sobre o jogador francês na época da Copa do Mundo

Redação
Reprodução: Instagram
Reprodução: Instagram

O Ministério Público de São Paulo move uma ação contra o youtuber Julio Cocielo por racismo por conta do caso Mbappé e pede que o digital influencer pague uma quantia milionária por dano social coletivo.

Os promotores de Justiça de Direitos Humanos Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti pedem que Cocielo seja condenado a pagar cerca de R$ 7,4 milhões pela mensagem e ainda solicitam a quebra do sigilo bancário do youtuber.

Para os promotores o comentário do influencer é uma clara manifestação de racismo. Por conta da ‘brincadeira’ Cocielo chegou a perder vários contratos publicitários e se afastou das redes sociais por um tempo.

Confira na íntegra a nota oficial da Promotoria dos Direitos Humanos publicada no site do Ministério Público de São Paulo na quinta-feira (13):

Os promotores de Justiça de Direitos Humanos Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti ajuizaram uma ação civil pública na última quarta-feira (12/9) contra o youtuber Júlio Cocielo por racismo. O MPSP pede que ele seja condenado a pagar mais de R$ 7 milhões por dano social coletivo. Os promotores também pedem que seja decretada a quebra do sigilo bancário do réu, a fim de subsidiar a sua condenação na obrigação de pagar a quantia imposta (R$ 7.498.302). Cocielo foi pivô de uma polêmica durante a Copa do Mundo de 2018, quando publicou o seguinte post envolvendo jogador da seleção francesa Kylian Mbappé: “Mbappé conseguiria fazer uns (sic) arrastão top na praia, heim?”.

Escreveram os promotores de Justiça na ação: “Trata-se de um jovem jogador negro, francês de ascendência camaronesa, de compleição física robusta e que mostrou, nos jogos da seleção francesa na Copa da Rússia, impressionantes velocidade e explosão, daí advindo, em notória manifestação de racismo, a sua associação com os assaltantes (negros, na ótica do autor) que praticam crimes de roubo nas praias brasileiras, sobretudo fluminenses, sempre sob contínua e desabalada corrida”.

Ainda de acordo com a ação, o influenciador digital publicou comentários racistas nas redes sociais entre 2010 e 2018 de forma sistemática. Dessa forma, no entendimento dos promotores, ele utilizou a rede social Twitter para violar direitos fundamentais, além de ofender e violar os direitos humanos, a Constituição Federal e Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

Segundo os autores da ação, após grande repercussão e desaprovação social diante da última publicação racista sobre o jogador, Cocielo apagou mais de 50 mil tuítes antigos. Antes do comentário sobre o jogador francês, realizado no dia 30 de junho de 2018, o youtuber contava com 81,6 mil publicações no Twitter. No dia seguinte, apenas 32,4 mil estavam contabilizadas, e apenas um único tuíte aparecia em sua linha do tempo: um pedido de desculpas a respeito do comentário sobre o jogador. Já no dia 02 de julho, o número de tuítes havia caído novamente, dessa vez para 29,2 mil.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.