Publicado em 18/04/2019 às 19h40.

‘Mulatos e pardos não têm caráter’, diz conselheiro do Santos em áudio vazado

Ex-diretor do time profissional, Adilson Durante Filho hoje é membro do conselho deliberativo e secretário-adjunto de turismo da cidade

Redação
Foto; reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

Em um áudio vazado nesta quinta-feira (18), um conselheiro do Santos aparece cometendo ofensas racistas contra jogadores do time. Trata-se de Adílson Durante Filho, ex-membro da direção do clube da baixada e atual secretário adjunto de Turismo da cidade de Santos.

“Brasileiros pardos e mulatos são uma raça que não tem caráter”, diz ele no áudio gravado há cerca de três anos em um grupo de uma torcida independente do clube, a ‘DNA Santista’.

Na ocasião, ‘Adilsinho’ fez comentário atacando pessoas negras e sua fala foi divulgada nas redes sociais. “Sempre que tiver um pardo… O pardo o que é? Não é aquele negão, mas também não é o branquinho. É o moreninho da cor dele. Esses caras, você tem que desconfiar de todos que você conhecer. Essa cor é uma mistura de raça que não tem caráter”, afirmou.

Também ex-diretor das categorias de base do time santista e hoje membro do Conselho Deliberativo, ele foi além: afirmou ter respaldo acadêmico em sua declaração. “É verdade, isso é estudo. Todo pardo, mulato, tu tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o P.. (um membro do grupo), o P… é tipo para índio, chileno, essas por**. Tô dizendo um mulato brasileiro. Os pardos brasileiros. São todos mau-caráter. Não tem um que não seja”, explanou, dizendo “estamos entre amigos” no início do áudio.

Durante a tarde desta quinta-feira, o clube da Baixada publicou uma nota oficial onde relembra nomes da sua história como Pelé, Pepe, Coutinho e Zito para “ressaltar a harmonia entre negros e brancos” e afirma “repudiar qualquer forma de racismo”, sem citar o nome do conselheiro.

Adilson Durante Filho, por sua vez, também se pronunciou em nota onde “pede desculpas a todos que se sentiram ofendidos”, afirma ter se tratado de “um momento de infelicidade, onde foi levado pela emoção” e diz “não ter preconceito de cor, raça ou credo”.

O prefeito da cidade de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, também divulgou nota onde repudia a fala do secretário e afirmou que ele está suspenso enquanto durar a sua licença. Na sequência, durante a tarde desta quinta-feira, Adilson pediu licença do cargo de secretário-adjunto de Turismo do município.

O Santos, por sua vez, não se pronunciou quanto ao futuro do conselheiro. Com informações do Estadão.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.