Publicado em 25/09/2021 às 15h00.

Ao completar um ano de gestão, Fux ressalta ‘defesa intransigente da democracia’ pelo STF

Em entrevista ao podcast ‘Supremo na semana’, o presidente da Corte falou sobre os desafios na gestão, as perspectivas para o retorno presencial ao trabalho e a proximidade com o ano eleitoral, que demanda calma e prudência das instituições

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O episódio do podcast “Supremo na semana” que vai ao ar neste sábado (25) traz uma entrevista com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que no último dia 10 completou um ano na Presidência do Tribunal. O ministro fala sobre os desafios enfrentados no período, entre os quais, a adaptação dos trabalhos à pandemia da Covid-19 e a necessidade da defesa institucional da Suprema Corte.

Para Fux, ao enfrentar comportamentos antidemocráticos, o Supremo “reagiu à altura da sua missão constitucional que é a defesa intransigente da democracia”. O ministro afirmou que o STF tinha o dever de ofício de refutar as ameaças e as agressões que, supostamente, seriam praticadas contra o Tribunal e as atitudes enérgicas foram necessárias para que “se entendesse quais eram os limites de cada poder dentro de sua esfera de competência”.

Ele ressaltou que, quando se fala em judicialização da política, o que está sendo feito é cumprir a Constituição, que impõe ao Judiciário esse poder/dever de avaliar os atos dos demais poderes, por meio das ações apresentadas. “O Supremo Tribunal Federal é colocado em terceiro lugar entre os players da função pública exatamente porque é o único poder que tem a capacidade de avaliar a legalidade, a constitucionalidade dos demais atos”.

O presidente do STF lembrou que no próximo ano haverá eleições, o que exige calma e prudência das instituições.

Em relação às manifestações de 7 de Setembro, o ministro destacou que não houve incidentes graves. “As correntes que se opunham se mantiveram nos seus espaços, exatamente para passar a ideia de que a democracia reclama ordem e paz, e é assim que o Brasil deve seguir, acredito eu, nesse ano em que vai se preparar o grande cenário das Eleições de 2022”.

O presidente ressaltou que a pandemia suscitou uma série de questões em que foi exigida do Supremo a solução constitucional adequada, abrangendo desde o sistema de competências, ou seja, qual unidade da federação é responsável por determinadas medidas de enfrentamento e prevenção, até a validade das normas destinadas à manutenção das empresas, do emprego, do consumo e do desenvolvimento econômico.

Embora esses casos relacionados à pandemia tenham ocupado grande espaço na pauta do STF – o tribunal que mais julgou casos de covid no mundo -, Fux aponta como lado positivo a internacionalização da jurisprudência sobre o tema.

“O Brasil tem mudado muitas questões morais, muitas questões que gravitam sobre direitos humanos e sobre razões públicas que ainda não estão sendo debatidas em outros países. Então hoje, ao mesmo tempo em que nós procuramos jurisprudência nos tribunais estrangeiros, nós também estamos fornecendo jurisprudência para os outros países, que têm aceito muito bem as soluções judiciais brasileiras”.

O ministro também falou sobre seu objetivo de instituir mecanismos para reduzir a judicialização e para que o Supremo se torne uma Corte estritamente constitucional. O episódio do podcast também resume as decisões da semana, os principais acontecimentos e as expectativas para os próximos dias.

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