Publicado em 31/03/2023 às 22h20.

Justiça condena perito por mentir em laudo de acidente que vitimou filho de Geraldo Alckmin

Hélio Ramacciotti foi sentenciado a prestação de serviços à comunidade e o pagamento de um salário mínimo para uma entidade privada ou pública voltada para ações sociais

Redação
Foto: REPRODUÇÃO/ FACEBOOK

 

O perito Hélio Ramacciotti foi condenado pela Justiça de São Paulo por mentir no laudo das investigações da queda do helicóptero que vitimou o filho do vice-presidente, Geraldo Alckmin, Thomaz Alckmin, e outras quatro pessoas, em 2015. O acidente ocorreu no município de Carapicuíba, em São Paulo.

A juíza da 1ª Vara Criminal de Carapicuíba, Carolina Hispagnol Marchi, sentenciou Ramacciotti a três anos de prisão em regime aberto, mas converteu a pena para prestação de serviços à comunidade e o pagamento de um salário mínimo para uma entidade privada ou pública voltada para ações sociais. 

Na decisão, a magistrada argumentou que o “réu traiu a confiança nele depositada pelo Instituto de Criminalística de São Paulo e pelos cidadãos, praticando os fatos com violação ao dever para com a Administração Pública”.

O perito atuava no Instituto de Criminalística (IC). Na sentença, a juíza determinou a perda de função pública de Hélio Ramacciotti. Ele pode recorrer da deliberação. A defesa de Ramacciotti argumentou que a resolução de Carolina Hispagnol Marchi “desafia a evidência dos autos e, certamente, será revertida na instância superior”.

Na época do ocorrido, os laudos feitos pelo perito apontavam que a queda da aeronave foi motivada pela desencaixe de peças antes da decolagem, sendo configurada como falha humana. Cinco funcionários da empresa Helipark foram condenados por homicídio culposo. As acusações contra os servidores foram retiradas após o resultado do novo laudo. 

Em 2018, o Ministério Público de São Paulo passou a levantar suspeitas sobre uma possível fraude no laudo de Ramacciotti. O IC fez uma nova perícia, sendo constatado a ruptura de uma das pás do rotor principal do helicóptero. 

Foi apontado problemas em uma manutenção realizada nas pás da aeronave dois dias antes do acidente. A empresa responsável pela aeronave, Helibrás, não teria respeitado o prazo de secagem de uma semana após a pintura do equipamento, o que teria contribuído para o acidente. 

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