Publicado em 15/12/2020 às 13h16.

Ministra do STF dá 24h para Abin explicar se fez relatório a Flávio Bolsonaro

Segundo revista, órgão produziu documentos para ajudar o filho do presidente a ser absolvido na denúncia da 'rachadinha'

Redação
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/Instagram)
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/Instagram)

 

A ministra Cármen Lúcia (STF) deu 24 horas para o diretor-geral Alexandre Ramagem (Abin) e o ministro Augusto Heleno (GSI) explicarem a suposta existência de relatórios elaborados pela agência para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), reporta o jornal Folha de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, por sua vez, classificou como “grave” a suspeita de que órgãos públicos tenham trabalhado para auxiliar o filho do presidente em causas judiciais.

O PGR afirmou nesta terça-feira (15) que também pediu informações ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) dentro de uma apuração preliminar do Ministério Público Federal, tecnicamente chamada de notícia de fato.

“O fato é grave”, disse o procurador-geral. “O que não temos é prova desses fatos. Para que [a notícia de fato] seja convertida em inquérito, é preciso ter elementos judiciários”, completou Aras.

“Nós não trabalhamos com narrativas. Nós trabalhamos com fatos e provas, por enquanto temos fatos transmitidos pela imprensa”, disse Aras durante uma conversa com jornalistas.
Segundo a revista Época, a Abin teria produzido documentos para ajudar o parlamentar a ser absolvido.

Em um dos documentos, segundo a revista, a agência deixou claro o objetivo: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. FB é Flávio Bolsonaro, e Alerj, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Advogados de Flávio querem provar que o caso das “rachadinhas” foi iniciado por causa de ações ilegais da Receita Federal. A Abin então teria emitido os relatórios para ajudar os advogados a comprovarem isso.

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