Autoamor como forma de empoderamento feminino
No Dia da Mulher, mastologista Daniela Almeida fala sobre aceitação do corpo

Esse certamente será um 08 de março diferente, como tudo pelo que se tem passado neste último ano, porém uma coisa é certa, cada dia mais as mulheres avançam no sentido de quebrar antigos padrões e preconceitos. Atualmente, a autovalorização e o empoderamento feminino têm conquistado espaços da área médica ao social. A constatação de que o corpo natural é belo, tem feito mulheres buscarem as clínicas para retirar próteses de silicone.
Antes, porém, é preciso voltar ao início, como tudo começou. O primeiro implante do mundo aconteceu em 1962, nos Estados Unidos, mas eles só se tornaram populares em meados das décadas de 1980 e 1990. No Brasil, a onda bateu nos anos 2000. Hoje, o país realiza 12,9% de todas as cirurgias desse tipo no mundo.
Boa parte dos procedimentos ainda se dá por consequência da exposição prolongada a padrões de beleza cruéis. E é nessa toada que diversas mulheres, independentemente, dos motivos estão buscando manter seus corpos, cada vez mais, naturais e sem intervenções externas. A tendência atual são explantes mamários, ou seja, a busca é para retirada das próteses colocadas. Apesar disso, ainda é difícil falar sobre explante de próteses sem levantar argumentações contrárias, relacionadas à beleza e à sexualidade. Essa movimentação é pautada pela saúde, embora os estudos sobre o tema ainda sejam escassos, os médicos aqui no Brasil já percebem essa onda.
“Existe uma tendência mundial para realização dos explantes. E basicamente por dois motivos. O primeiro é uma maior aceitação das mulheres em relação aos seus corpos, da forma como eles realmente são, o que por si só é lindo. O segundo diz respeito tanto ao medo do câncer de linfoma, que está diretamente relacionado a prótese, quanto ao medo da síndrome autoimune induzida por adjuvantes (ASIA)”, relata a médica mastologista Daniela Almeida. A ASIA (Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants) é uma condição autoimune, até então considerada rara, causada por substâncias ou elementos externos capazes de estimular anticorpos de pacientes geneticamente propensos. Já o linfoma não é câncer de mama, mas um tipo raro que acomete a membrana que o corpo cria em torno da prótese.
A médica ressalta ainda que, em muitos casos, a prótese não é simplesmente estética, faz parte de uma reconstrução mamária. A retirada da mama e a reconstrução desta são indicadas pelos mastologistas, após diagnóstico de câncer, quando o tumor não pode ser retirado de uma forma conservadora, ou seja, não existe opção de deixar a mama após a cirurgia. A reconstituição simples consiste em colocar um implante de silicone, geralmente sob o músculo, simulando a forma natural da mama.
O processo de autoaceitação, claro, não se restringe a retirada de próteses e vai muito além. “Esse é um processo muito pessoal, ele mexe muito com questões psicológicas. Tudo isso vai além das questões estéticas. A gordofobia, por exemplo, passa pela questão de ter acesso às políticas públicas, seja na saúde, no transporte público, na área de segurança, com a violência doméstica… E ainda tem a questão do acesso ao trabalho, que não existe hoje, por conta de muitos preconceitos”, destaca Patrícia Almeida, publicitária e militante da causa.
As ações contra a gordofobia são trazidas, há mais de 30 anos, pelo movimento mundial Body Positive, que reflete a luta das mulheres cujo peso ou anatomia corporal não se encaixam em modelos de magreza, mulheres que batalham pela própria aceitação e por estimular outras a estabelecerem uma relação mais saudável e de apreciação de seus corpos. Mais recentemente, o Body Neutrality trouxe a proposta de levar amor-próprio para além da aparência. Aqui no Brasil, o Movimento Corpo Livre prega que todos os corpos devem ter acesso e liberdade.
Essas atitudes promovem, cada dia mais, o empoderamento feminino.
Quanto mais a mulher se valorizar e perder o medo de reconhecer suas qualidades e seu poder, mais terá força e inspiração pra empoderar outras mulheres. A essência feminina fala sobre uma beleza interna, algo imaterial e invisível aos olhos, é a alma, o espírito. Logo, também é o sorriso, o brilho nos olhos ou cada curva do corpo. “O importante é que a mulher se ame e busque se cuidar. O se exercitar é fundamental, uma caminhada, beber bastante água, evitar alimentos salgados e gordurosos… tudo isso fará a mulher ter tanto mamas mais bonitas, quanto fará se sentir melhor consigo mesma. Autoamor é tudo!”, finaliza Daniela Almeida.
Reconstrução mamária
A Lei nº 12.802/2013 determina que a paciente tem direito à cirurgia plástica reparadora da mama, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), imediatamente após a retirada do tumor. Se não houver condições clínicas e a oncoplastia não puder ser feita na hora, deve ocorrer tão logo a mulher apresente os requisitos necessários. A retirada da mama e a posterior reconstituição são indicadas pelos mastologistas após a biópsia e a localização de lesão impalpável. A reconstituição simples consiste em colocar um implante de silicone, geralmente sob o músculo, simulando a forma natural da mama.
Outra opção é implantar um expansor – invólucro de silicone vazio com uma válvula acoplada. Esse material, gradualmente preenchido com soro fisiológico, é utilizado para distender pele e músculo e dar espaço suficiente para colocar um implante de silicone com volume adequado para cada caso.
Em casos mais complexos, a oncoplastia é feita pelo preenchimento da mama com tecidos da região abdominal ou da região dorsal (costas) do próprio paciente. Algumas mulheres também precisam reconstruir o complexo areolopapilar ou o mamilo. Nesses casos, pode-se usar a técnica da tatuagem ou fazer enxertos de pele e mucosas da paciente.
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