Salvador está entre municípios escolhidos para avaliar sequelas da Covid-19 na população
Neurocientista baiano desenvolve método para amenizar sequelas da doença

O Ministério da Saúde iniciou, no último dia 11, a segunda fase da coleta de dados do maior estudo de base populacional sobre a Covid-19 no Brasil. A ‘Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de COVID-19 no Brasil’.
O estudo é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e encomendado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Durante o mês de março, foram realizadas visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram covid-19 em 133 municípios brasileiros. O objetivo é levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid (covid longa), que são as sequelas da doença.
Falta de memória e dores crônicas
A professora Josana Paula teve Covid-19 duas vezes. Ela apresentou alguns déficits de memória, dores crônicas e desenvolveu crises de ansiedade, semanas após o diagnóstico.
“Até hoje eu sofro com dores nas articulações, além das dores generalizadas, dor de cabeça, dor muscular eu tive perda de memória. A Covid-19 não afetou apenas a parte física, eu também tive a minha saúde mental abalada”, relatou Josana.
Josana teve prejuízos no rendimento no trabalho, na vida social e familiar depois que os sintomas surgiram. “A gente teve que ficar de quarentena, afastado das pessoas que a gente convive e isso é uma coisa muito séria. Com as crises de ansiedade que eu desenvolvi, veio também a perda de confiança, a motivação pela vida, porque eu ficava fadigada, sem conseguir fazer as coisas que eu fazia antes , relembrou.
Quem percebeu que a causa de todos estes sintomas poderia estar associada à COVID19, foi o neurocientista Kleber Fialho. Referência em neuromodulação, o cientista observou que a frequência cerebral da paciente havia mudado. O especialista avalia o estudo com bem vindo, no entanto, acontece de maneira tardia, já que foi em 2021, que os sinais do que hoje chamamos de Covid longa, começaram a ser estudados.
“Eu trabalho com Neurociência do comportamento, Neuroreabilitação e Neuropsicologia aplicada e nós já identificamos essa sequelas 2021, inclusive notificamos isso tanto através da imprensa, como pelo poder público. É claro que nunca é tarde para tomar providências no campo da saúde”, pontua Kleber.
Neuromodulação no auxílio das sequelas da Covid longa
Com a possibilidade de medir a frequência cerebral do indivíduo através de eletrodos, é possível identificar quais áreas do cérebro estão sofrendo alterações. Kleber Fialho conta que não só Josana, mas inúmeros pacientes acometidos com as sequelas da Covid-19 foram reabilitados através da neuromodulação.
“Vários pacientes que apresentaram problemas com a COVID foram e reabilitados e através desta ferramenta que funciona como um exercício cerebral”. Explica o neurocientista.
Josana conta que à medida que realizava as sessões os sintomas eram, imediatamente amenizados, tanto física, quanto emocionalmente e da segunda vez que contraiu a doença, quase não sentiu os danos, como da primeira vez.
“Na segunda vez que eu tive COVID, eu já estava fazendo a Neuromodulação, então eu percebi que esse sintomas foram totalmente amenizados, tanto as dores do corpo, quanto a dor de cabeça e a fadiga. À medida que as sessões vão aliviando esses sintomas, a gente também vai tendo uma melhora emocional, porque de qualquer forma, dor desestabiliza o organismo da gente, né?”, relembra a professora.
Como a Neuromodulação funciona?
Imagine uma casa desarrumada. É assim que fica o cérebro depois da Covid-19 ou de um evento traumático. É preciso colocar as coisas no lugar e é assim que age a neuromodulação, como uma “organizadora da casa”.
“Você vai fortalecer as áreas que estão mais fracas e dessensibilizar as áreas hiperestimuladas, que provoca ansiedade provoca o sujeito ele fica com pensamentos recorrentes e dificulta sustentação da atenção”, explica Fialho.
O especialista alerta ainda para a necessidade de ampliar o atendimento para o serviço público. Segundo ele, é urgente e tardio, mas extremamente necessário que mais pessoas possam acessar o tratamento.
“Além do consultório particular, é preciso generalizar o tratamento, chamando os especialistas que têm formação melhor para direcionar o paciente a uma melhora significativa, ou então estaremos tapando o sol com a peneira, trabalhando apenas com paliativos”, diz Kleber Fialho.
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