Publicado em 20/01/2020 às 15h46.

Agricultores indianos repudiam visita de Bolsonaro: ‘regime corrupto e repressivo’

Ação #GoBackBolsonaro (em português, "vá embora, Bolsonaro") foi lançada pela Federação de Produtores de Cana-de-Açúcar da Índia

Redação
Foto: Divulgação/PR
Foto: Divulgação/PR

 

Produtores rurais indianos lançaram, no último final de semana, uma campanha contra a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao país. O chefe do Executivo brasileiro foi convidado pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, de extrema direita, e deve embarcar na sexta-feira (24). A previsão é que ele participe das comemorações do Dia da República da Índia, no dia 26 de janeiro.

A ação #GoBackBolsonaro (em português, “vá embora, Bolsonaro”) foi lançada pela Federação de Produtores de Cana-de-Açúcar da Índia e tem apoio da All India Kisan Sabha, maior organização de camponeses do país, fundada em 1936.

A frase em repúdio à presença do presidente brasileiro deverá ser exibida em faixas e bandeiras negras expostas sobre as áreas de cultivo. A campanha busca fazer com que o governo indiano volte atrás no intuito de convidar Bolsonaro para participar da comemoração do Dia da República, que lembra a data em que a Constituição indiana entrou em vigor, em 1950.

“Nosso protesto também será uma ação de solidariedade em apoio ao povo brasileiro, que protesta contra seu regime corrupto e repressivo”, afirmou a federação em nota.

A manifestação dos camponeses indianos tem motivações políticas e econômicas. A primeira parte da nota divulgada pela federação dos produtores de cana afirma que Bolsonaro “adere a uma ideologia de extrema direita” e é “cada vez mais autoritário”.

“Testemunhamos suas políticas destrutivas e exploradoras no Brasil, incluindo a abertura de portas para a espoliação corporativa da floresta amazônica”, segue o texto de lançamento da campanha.

Do ponto de vista econômico, os agricultores indianos afirmam que a postura do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC) afeta diretamente seus meios de subsistência – Brasil, Austrália e Guatemala questionaram, na OMC, as medidas protecionistas do governo indiano para beneficiar os produtores de cana-de-açúcar.

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