Publicado em 24/01/2020 às 17h16.

Crise no Chile é prova do esgotamento neoliberalismo, afirma Dilma

"As conquistas do povo chileno serão um verdadeiro estímulo para os povos da América Latina e suas lutas democráticas contra o neoliberalismo e o neofascismo", afirmou a ex-presidente

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quinta-feira (23) que a crise que afeta o Chile demonstra que o modelo neoliberal está esgotado e que os protestos que sacodem o país desde outubro servem de exemplo para outros países. A afirmação foi feita durante a abertura da primeira edição do Fórum Latino-Americano de Direitos Humanos, que será realizado até sábado (25), em Santiago, no Chile.

“As conquistas do povo chileno serão um verdadeiro estímulo para os povos da América Latina e suas lutas democráticas contra o neoliberalismo e o neofascismo”, afirmou Dilma, por meio de uma videoconferência.

O Chile vive sua mais profunda crise social desde a redemocratização do país, em 1990. As manifestações, duramente reprimidas, já deixaram 27 mortos e quase 3.700 feridos, segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH).

“Há milhares de prisioneiros e relatos de tortura e abusos sexuais. Denunciem e lutem contra as injustiças”, pediu Dilma, que foi presa e torturada pela ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

A ex-presidente também fez uma radiografia do tumultuado momento político da região e celebrou a vitória de Alberto Fernández na Argentina. Por outro lado, lamentou a situação na Bolívia e afirmou que Evo Morales foi “destituído do poder apesar de ter vencido as eleições”.

“A população latino-americana está cansada e indignada com as práticas neoliberais. Isso provocou um monstruoso aumento da desigualdade”, afirmou Dilma no vídeo exibido durante o evento.

Antes de Dilma, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón discursou e foi recebido com muitos aplausos pela plateia. Ele é conhecido no Chile por ser ter ordenado a prisão de Pinochet em 1998.

“A América Latina está vendo a utilização da justiça como arma política contra outras lideranças políticas e também como o povo, como pode acontecer aqui”, afirmou Garzón.

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