Publicado em 01/01/2017 às 12h35.

Cubano está preso após pichação sobre morte de Fidel

Danilo Maldonado, "El Sexto", foi detido sem acusação formal num presídio de segurança máxima

Redação
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

O artista e ativista cubano Danilo Maldonado, de 33 anos, mais conhecido como El Sexto, está preso desde 26 de novembro, num cárcere de segurança máxima próximo a Havana, ainda sem acusação formal. A Justiça cubana pretende processá-lo, no entanto, pelo crime de “dano à propriedade do Estado”, por ele ter escrito, na manhã daquele dia (um após a morte do ditador Fidel Castro), a expressão “Se Fue” (foi-se, em espanhol) no muro de um hotel e nos de mais dois edifícios públicos.

“Não o julgaram ainda por uma razão simples. Esse tipo de ofensa é punida aqui com o pagamento de uma taxa de cem a 200 pesos cubanos. É pouco. Se eles o condenam, nós pagamos, e ele seria liberado rapidamente. Mas eles não o fazem, porque a ideia é deixá-lo nesse limbo jurídico”, declarou ao jornal Folha de SP a mãe de Danilo, Maria Victoria Machado Gonzalez.

Ela recorda como se deu a detenção: “Entraram em casa e tiraram ele do quarto sob golpes, o arrastaram até a rua e continuaram batendo nele”. Ao descobrirem a prisão onde o artista estava, a família foi até lá e gritaram seu nome do lado de fora, ao que ele gritava de volta, segundo a mãe. “Depois, ele nos contou que colocaram sonífero em sua comida, para que não gritasse mais. Mas sua luta é pela liberdade de expressão. E, enquanto puder se expressar, seja desenhando, seja fazendo arte, seja gritando, estará sendo o artista que é. Ele crê que a arte tem de ser livre e eu estou de acordo”, diz Maria Gonzalez.

Maria Victoria diz conseguir manter a calma, mesmo sabendo que o filho pode encarar meses ou até anos atrás das grades. Não será a primeira vez. Entre dezembro de 2014 e outubro de 2015, “El Sexto” esteve preso, também sem uma acusação formal, após pintar dois porcos, um com o nome de Fidel Castro, outro com o de Raúl, e soltá-los pelas ruas de Havana.

A ideia era fazer uma paródia da “Revolução dos Bichos”, de George Orwell. Mas o Estado considerou um desacato severo à autoridade, e o artista foi preso, embora não se tenha aberto nenhum processo contra ele. Com informações da Folha.

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