Publicado em 18/11/2019 às 09h06.

Evo Morales denuncia crimes contra a humanidade em repressão a protestos na Bolívia

Número de mortos durante quase um mês de conflito aumentou para 23 e o total de feridos em vários confrontos ultrapassou os 700

Redação
Foto: arquivo pessoal/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

Exilado no México, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou a ocorrência de crimes contra a humanidade no país durante “repressão policial e militar” em protestos contra o golpe militar que culminou com sua renúncia em 10 de novembro.

Em postagens feitas no Twitter, o líder indígena exigiu que o “governo de fato” de Jeanine Áñez identifique os autores intelectuais e materiais das 24 mortes registradas nos últimos cinco dias. “Denuncio perante a comunidade internacional estes crimes contra a humanidade que não devem ficar impunes”, disse.

Ele ressaltou que as forças conjuntas de segurança do país, formadas pela Polícia e pelas Forças Armadas, “têm o dever constitucional, ético e moral” de proteger a vida da população.

Segundo a Defensoria do Povo Boliviano, o número de mortos durante quase um mês de conflito aumentou para 23 e o total de feridos em vários confrontos ultrapassou os 700. A repressão pode ganhar ainda mais força com a assinatura do decreto assinado pela presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, que isenta o Exército boliviano de responsabilidade criminal em operações para restaurar a ordem interna e a estabilidade pública.

A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, afirmou no sábado (16), em comunicado, que as mortes são “um desdobramento extremamente perigoso” das manifestações. “Estou preocupada de que a situação na Bolívia possa sair do controle se as autoridades não lidarem com ela de maneira sensível e em acordo com as normas internacionais”, afirmou.

Morales abdicou do cargo após ultimato das Forças Armadas do país para que renunciasse, em um contexto de massivas manifestações em protesto a suposta fraude – posteriormente confirmada pela OEA (Organização dos Estados Americanos) – nas eleições presidenciais do país.

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