Publicado em 05/12/2019 às 16h01.

Greve contra a reforma da Previdência paralisa atividades na França

A maioria dos serviços públicos, como transporte e escola, foram afetados; muitos franceses optaram por trabalhar de casa

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

Uma greve geral contra o projeto de reforma da Previdência, definido pelo presidente Emmanuel Macron, afetou vários serviços na França nesta quinta-feira (5). As viagens dos trens de alta velocidade foram 90% canceladas, 10 das 16 linhas do metrô de Paris estavam fechadas, centenas de voos foram cancelado e muitas escolas nem sequer abriram as portas.

Com medo do caos no transporte, alguns franceses decidiram trabalhar de casa ou ir à pé para o trabalho.”Pedi para trabalhar de casa hoje, mas espero que a greve não dure muito porque não posso fazer isto por muito tempo”, declarou à AFP Diana Silavong, executiva em uma empresa farmacêutica.

Os aeroportos do país também sofreram com a greve. Parte dos controladores aéreos paralisaram as atividades. Com isso, a Air France teve que cancelar 30% dos voos domésticos e 15% dos voos europeus. A empresa informou, no entanto, que todos os voos de longa distância serão mantidos.

Além disso, os policiais, garis, advogados, aposentados e motoristas de transportadoras, assim como os “coletes amarelos”, o influente movimento social surgido em novembro de 2018 na França, aderiram à greve. O movimento de protesto também recebeu o apoio de 182 artistas e intelectuais, entre eles o economista Thomas Piketty, autor de um ‘best-seller’ sobre a desigualdade, assim como dos partidos de esquerda.

Quase 250 comícios estão previstos em dezenas de cidades. Em Paris, as autoridades anunciaram a mobilização 6.000 policiais para evitar distúrbios durante uma passeata prevista para a tarde.

A indignação popular foi motivada pela reforma da Previdência preparada pelo governo de Macron, uma promessa de campanha que tem como objetivo eliminar os 42 regimes especiais que existem atualmente e que concedem privilégios a determinadas categoria profissionais.

O governo pretende estabelecer um sistema único, no qual todos os trabalhadores terão os mesmos direitos no momento de receber a aposentadoria.

Para o governo, este é um sistema mais justo e mais simples, no qual “cada euro cotado dará a todos os mesmos direitos”. Porém, os sindicatos temem que o novo sistema adie a aposentadoria, atualmente aos 62 anos, e diminua o nível das pensões.

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