Publicado em 22/09/2019 às 15h00.

‘Me dá pena pelo Brasil’, diz Michelle Bachelet após ataque de Bolsonaro

Presidente fez elogios à ditadura de Pinochet após a aalta comissária da ONU afirmar que há redução do espaço cívico e democrático no Brasil

Redação
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

Alta comissária dos Direitos Humanos da ONU, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet diz sentir “pena pelo Brasil” ao recordar a defesa que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez recentemente da ditadura de Augusto Pinochet no Chile, na qual justificou a morte do pai da socialista pelo regime.

No início do mês, com a Amazônia em chamas em consequência dos incêndios florestais, Bachelet criticou a “redução do espaço cívico e democrático” no Brasil. Bolsonaro respondeu com elogios à ditadura de Pinochet (1973-1990).

“Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, bem, que dia que a morte de meu pai por tortura permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil”, disse Bachelet em entrevista à Televisão Nacional do Chile (TVN).

Bolsonaro elogiou a “coragem” da ditadura chilena para deter a esquerda e “comunistas como seu pai”.

Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general de brigada da Força Aérea e se opôs ao golpe militar dado por Augusto Pinochet em setembro de 1973. Ele foi preso e torturado pelo regime e morreu sob custódia, em fevereiro de 1974.

A ex-presidente chilena também foi presa e torturada por agentes de Pinochet em 1975. A estimativa da Justiça chilena é que cerca de 3.000 pessoas tenham desaparecido durante a ditadura e que mais de 30 mil tenham sido torturadas.

Bachelet afirmou que a “redução do espaço democrático não acontece apenas no Brasil”, em uma longa entrevista à TVN, divulgada parcialmente neste domingo pelo jornal La Tercera, na qual considera que na área de direitos humanos “não existe nenhum país perfeito”.

Em outros temas, a ex-presidente voltou a se defender de novas informações da imprensa que vinculam sua campanha para conquistar o segundo mandato à frente do Chile em 2014 a contribuições da empreiteira brasileira OAS.

(Com Folha e AFP)

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.