Onda de protestos chega à Colômbia e centenas de milhares vão às ruas contra o governo
Choques entre manifestantes e policiais deixaram ao menos três mortos e 273 feridos; a informação foi confirmada nesta sexta-feira (22) por Carlos Holmes Trujillos, ministro da Defesa

Centenas de milhares de colombianos foram às ruas nesta quinta-feira (21) para protestar contra a política econômica e social do presidente Iván Duque, paralisando o comércio e o trânsito de diversas cidades do país.
Houve registro de tumultos em diversas cidades, sobretudo em Bogotá e Cali, onde foi decretado um toque de recolher obrigatório. Os choques entre manifestantes e policiais deixaram ao menos três mortos e 273 feridos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (22) por Carlos Holmes Trujillos, ministro da Defesa.
Em nota, o Comitê Nacional de Paralisação, que engloba centrais trabalhistas, sindicatos, organizações camponesas, universitários e partidos de oposição, celebrou a “jornada histórica de mobilização cidadã”, ressaltando que “a Colômbia saiu vencedora” com os protestos.
Os organizadores pediram uma reunião urgente com o presidente para debater as questões políticas, econômicas e de segurança que motivaram os protestos e ameaçaram voltar às ruas se o governo atender às demandas do movimento.
O estopim dos protestos foram as propostas do governo de flexibilizar o mercado de trabalho e o sistema previdenciário. Outras causas, no entanto, também foram adicionadas por diferentes setores da população.
Os povos indígenas, por exemplo, pedem maior proteção, após o assassinato de 134 membros de suas comunidades desde o início do governo de Duque, ao passo que bs estudantes exigem mais recursos para a educação.
Uma reivindicação comum aos manifestantes é a política de segurança do governo centrada no combate ao narcotráfico. O assassinato lideranças de movimentos sociais e a intenção de modificar o acordo de paz assinado entre o governo anterior e os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também é criticada pela população que saiu às ruas.
De acordo com o Comitê Nacional de Paralisação, mais de um milhão de pessoas participaram das mobilizações em todo o país. Estimativas oficiais, no entanto, apontam que esses números seriam de no máximo 207 mil pessoas.
O presidente Iván Duque, em pronunciamento à nação, afirmou reconhecer a legitimidade de algumas das exigências das ruas. “Hoje, os colombianos falaram e nós os ouvimos. O diálogo social tem sido a principal bandeira deste governo. Devemos aprofundá-lo com todos os setores da sociedade e acelerar a agenda social e a luta contra a corrupção”, disse.
Ele destacou o caráter pacífico dos protestos, mas condenou o que chamou os atos de “vandalismo puro” que ocorreram em algumas cidades.
Mais notícias
-
Mundo
12h40 de 09 de dezembro de 2019
Argentina: embaixador deve representar governo na posse de Fernández
"Até o momento, apenas o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Sergio Danese, vai representar o governo", informou a Presidência
-
Mundo
08h17 de 09 de dezembro de 2019
Brasil cai uma posição em ranking do IDH e fica em 79º dentre 189 países
Expectativa de vida ao nascer cresceu 9,4 anos; média de anos de estudo aumentou 4 anos; e os anos esperados de escolaridade subiram 3,2 anos
-
Mundo
19h01 de 08 de dezembro de 2019
Greta Thunberg diz que indígenas foram assassinados por tentar proteger florestas
Ativista sueca de 16 anos é um dos principais nomes contra as mudanças climáticas e criticou atentado contra dois indígenas no Maranhão
-
Mundo
17h00 de 08 de dezembro de 2019
Trump faz ameças a Kim Jong-un após divulgação de teste na Coreia do Norte
Mandatário americano disse que presidente coreano tem muito a perder se agir de maneira hostil
-
Mundo
15h00 de 08 de dezembro de 2019
Coreia do Norte anuncia suspensão das negociações nucleares com EUA
Diálogos que envolvem a suspensão de sanções ao país asiático ocorrem sem progressos há dois anos
-
Mundo
20h30 de 07 de dezembro de 2019
Uber dos EUA registra quase 6 mil denúncias de abuso sexual nos últimos dois anos
De acordo com a companhia, 54% dos acusados de abuso são motoristas do aplicativo, e 45% eram passageiros