Publicado em 22/11/2019 às 09h33.

Onda de protestos chega à Colômbia e centenas de milhares vão às ruas contra o governo

Choques entre manifestantes e policiais deixaram ao menos três mortos e 273 feridos; a informação foi confirmada nesta sexta-feira (22) por Carlos Holmes Trujillos, ministro da Defesa

Redação
Foto: Reprodução/Twitter

Centenas de milhares de colombianos foram às ruas nesta quinta-feira (21) para protestar contra a política econômica e social do presidente Iván Duque, paralisando o comércio e o trânsito de diversas cidades do país.

Houve registro de tumultos em diversas cidades, sobretudo em Bogotá e Cali, onde foi decretado um toque de recolher obrigatório. Os choques entre manifestantes e policiais deixaram ao menos três mortos e 273 feridos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (22) por Carlos Holmes Trujillos, ministro da Defesa.

Em nota, o Comitê Nacional de Paralisação, que engloba centrais trabalhistas, sindicatos, organizações camponesas, universitários e partidos de oposição, celebrou a “jornada histórica de mobilização cidadã”, ressaltando que “a Colômbia saiu vencedora” com os protestos.

Os organizadores pediram uma reunião urgente com o presidente para debater as questões políticas, econômicas e de segurança que motivaram os protestos e ameaçaram voltar às ruas se o governo atender às demandas do movimento.

O estopim dos protestos foram as propostas do governo de flexibilizar o mercado de trabalho e o sistema previdenciário. Outras causas, no entanto, também foram adicionadas por diferentes setores da população.

Os povos indígenas, por exemplo, pedem maior proteção, após o assassinato de 134 membros de suas comunidades desde o início do governo de Duque, ao passo que bs estudantes exigem mais recursos para a educação.

Uma reivindicação comum aos manifestantes é a política de segurança do governo centrada no combate ao narcotráfico. O assassinato lideranças de movimentos sociais e a intenção de modificar o acordo de paz assinado entre o governo anterior e os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também é criticada pela população que saiu às ruas.

De acordo com o Comitê Nacional de Paralisação, mais de um milhão de pessoas participaram das mobilizações em todo o país. Estimativas oficiais, no entanto, apontam que esses números seriam de no máximo 207 mil pessoas.

O presidente Iván Duque, em pronunciamento à nação, afirmou reconhecer a legitimidade de algumas das exigências das ruas. “Hoje, os colombianos falaram e nós os ouvimos. O diálogo social tem sido a principal bandeira deste governo. Devemos aprofundá-lo com todos os setores da sociedade e acelerar a agenda social e a luta contra a corrupção”, disse.

Ele destacou o caráter pacífico dos protestos, mas condenou o que chamou os atos de “vandalismo puro” que ocorreram em algumas cidades.

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