Publicado em 17/06/2020 às 15h42.

ONU retoma debates sobre racismo e violência policial no mundo

Comitê pede que EUA respeite convenção sobre discriminação racial

Agência Brasil
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

 

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas retomou nesta quarta-feira (17), em Genebra (Suíça), o debate iniciado ontem sobre racismo, brutalidade policial e violência contra manifestantes, após o assassinato do norte-americano George Floyd, quando estava sob custódia policial.

A iniciativa ocorreu após mais de 600 grupos de direitos humanos terem pedido, na segunda-feira (15), a investigação de “supostas violências policiais”, após o assassinato de Floyd. De acordo com a presidente do Conselho, Elisabeth Tichy-Fisslberger, trata-se de uma “questão universal”, reforçada ainda mais após o grande número de protestos que vêm ocorrendo em diversos países.

“Como vimos em manifestações em todo o mundo, inclusive aqui em Genebra, esse é um tópico que não trata apenas de um país, mas vai muito além disso”, disse ela durante a abertura dos debates. “Quando eu digo que não é contra os Estados Unidos, quero dizer que há queixas sobre racismo em muitos países e, é claro, na Europa e em todo o mundo”, acrescentou.

O Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial solicitou na segunda-feira que os Estados Unidos promovam reformas estruturais imediatas para acabar com a discriminação racial e mantenham suas obrigações sob a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.

Em declaração publicada online, o comitê instou os EUA a respeitarem plenamente a Convenção, ratificada pelo país em 1994, de forma a garantir um amplo entendimento da Convenção entre seus agentes policiais por meio de treinamento e educação.

“Ninguém deve ser vítima de discriminação racial, esta é a essência da Convenção”, disse o presidente do comitê, Noureddine Amir. “Não podemos permitir nenhum atraso na promoção do entendimento entre todas as raças, interrompendo o perfilamento racial e criminalizando ataques motivados por raça”, acrescentou.

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