Oposição pode emplacar mulher na presidência da República da China
Bem posicionada nas pesquisas, a líder do Partido Democrático Progressista (PDP), Tsai Ing-Wen, de 59 anos, pode ser eleita presidente neste sábado
A população de Taiwan deverá eleger no sábado (16), após anos de aproximação de Pequim, um presidente menos favorável à China, num escrutínio que simboliza a luta pela identidade e soberania da ilha em relação ao gigante asiático.
O principal partido da oposição, o Partido Democrático Progressista (PDP), e a dirigente, Tsai Ing-Wen, de 59 anos, vão ser os principais beneficiários da insatisfação popular e Tsai poderá tornar-se a primeira mulher a ocupar a Presidência da República da China, de acordo com as últimas sondagens.
As últimas sondagens atribuem a Tsai 40% dos votos ou o dobro do que pode obter o candidato do KMT, Eric Chu, de 54 anos, presidente da Nova Taipé.
Está também na corrida presidencial o conservador James Soong, de 72 anos, saído das fileiras do KMT e presidente de um movimento favorável a Pequim, o Partido Povo Primeiro.Uma vitória de Tsai dará ao PDP a segunda presidência, depois dos dois mandatos de Chen Shui-Bian (2000-2008).
O PDP espera aproveitar a insatisfação dos eleitores para conquistar também e, pela primeira vez, a maioria dos 113 lugares do Parlamento, nas legislativas que decorrem no mesmo dia.
Se vencer, Tsai sucederá Ma Ying-Jeou, membro do Kuomintang (KMT) e líder de uma política inédita de oito anos de aprofundamento dos laços com Pequim, que resultou, em novembro, numa histórica cúpula bilateral entre Ma e o presidente chinês, Xi Jinping, 66 anos depois da violenta separação entre os dois lados do estreito.
A ilha é independente desde 1949, data em que os nacionalistas do KMT ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelos comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China.
Pequim considera Taiwan parte da China, que deverá ser reunificada, se necessário pela força.
‘Uma única China’ – O diálogo iniciado pelo KMT permitiu a assinatura de acordos comerciais e um aumento do turismo na ilha, mas muitos habitantes receiam que, ao tornar o país economicamente dependente de Pequim, a ilha perca identidade e soberania, além de considerarem que essa política só beneficia as grandes empresas.
A oposição acusou o presidente de ter vendido a ilha, em segredo, à China. Em 2014, o Parlamento foi ocupado por manifestantes em protesto contra um acordo comercial que alegaram ter sido negociado em segredo.
Tsai afirmou que a ilha deve se posicionar contrariamente à dependência econômica de Pequim e prometeu que ouvirá a opinião pública sobre as relações bilaterais.
Sinal de pragmatismo, a candidata teve o cuidado de sublinhar que o status quo será mantido, moderando consideravelmente o discurso tradicionalmente independentista do PDP.
O objetivo é tranquilizar não só Pequim, mas também os Estados Unidos, principal aliado de Taipé, que querem manter a estabilidade na região. Por outro lado, a grande maioria dos eleitores também quer a paz.
Pequim já advertiu que não negociará com um dirigente que não reconheça o princípio de que Taiwan faz parte “de uma única China”.
Esse consenso tático, concluído em 1992 entre os dois lados, determina a existência de “uma única China”, deixando a cada parte a interpretação deste princípio.
Diversos especialistas consideraram que a China não pretende alienar Taiwan, caso Tsai vença as eleições, dado que o objetivo final é a reunificação.
Durante o percurso da China em direção à posição dominante que ocupa agora no mundo, Taiwan foi sendo progressivamente marginalizada na cena diplomática, sendo apenas oficialmente reconhecida por 22 países. A ilha mantém laços informais com os Estados Unidos.
Mais notícias
-
Mundo
18h30 de 28 de março de 2024
Macron tem o direito de ser contra o acordo UE-Mercosul, diz Lula
Presidentes de Brasil e França tiveram reunião bilateral em Brasília
-
Mundo
17h56 de 28 de março de 2024
Papa Francisco quebra tradição em rito e lava os pés apenas de mulheres
Durante a celebração em um penitenciária, o pontífice lavou os pés de 12 detentas, imitando o gesto de Jesus na Ceia do Senhor
-
Mundo
06h44 de 28 de março de 2024
Em SP, Macron critica acordo entre Mercosul e União Europeia
Acordo “precisa ser renegociado do zero”, diz presidente francês
-
Mundo
21h00 de 27 de março de 2024
Mais de 1 bilhão de refeições são jogadas no lixo todos os dias, diz ONU
O número representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido no planeta
-
Mundo
06h43 de 27 de março de 2024
Venezuela critica comunicado do Itamaraty sobre eleições
Brasil acompanha com preocupação o processo eleitoral no país vizinho
-
Mundo
15h26 de 26 de março de 2024
Doenças do pai e da esposa concentram atenção no príncipe William
Príncipe de 41 anos está acostumado ficar sob os holofotes
-
Mundo
12h56 de 26 de março de 2024
Ponte desmorona ao ser atingida por navio nos EUA; veja vídeo
Até o momento, duas pessoas foram resgatadas e autoridades buscam por mais seis desaparecidos
-
Mundo
09h58 de 26 de março de 2024
PF extradita mafioso italiano condenado por tráfico de cocaína entre Brasil e Europa
Membro da organização criminosa Ndrangheta, Vicenzo Pasquino havia sido preso em 2021 e aguardava processo de extradição
-
Mundo
17h33 de 25 de março de 2024
Presidente da Boeing deixará o cargo
Fabricante de aviões passa por uma crise de segurança após a explosão de painel
-
Mundo
15h52 de 25 de março de 2024
Conselho de Segurança da ONU aprova resolução de cessar-fogo imediato em Gaza
EUA se absteve na votação para facilitar aprovação do projeto, proposto por outros 10 membros do Conselho