Publicado em 15/11/2019 às 19h20.

Pela primeira vez, Brasil vota em defesa de Israel contra palestinos na ONU

Diplomacia brasileira apoiou Israel - votando a favor ou abstendo-se de rechaçar ações do país contra os palestinos - em algumas resoluções discutidas no 4º Comitê Central da ONU

Redação
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

 

Após abandonar um tradição de décadas e votar contra o fim do embargo a Cuba na ONU, ficando ao lado apenas dos Estados Unidos e de Israel, o Brasil pela primeira vez passou a posicionar-se a favor dos israelenses em questões envolvendo a Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesta sexta-feira (15), a diplomacia brasileira apoiou Israel –  votando a favor ou abstendo-se de rechaçar ações do país contra os palestinos – em algumas resoluções discutidas no 4º Comitê Central da ONU.

O Brasil foi um dos onze países que votou contra uma resolução que pedia investigações sobre possíveis abusos de direitos humanos por parte de Israel contra o povo palestino.

A resolução foi aprovada com votos de 82 países e, embora 78 tenham se abstido, um pequeno grupo de países, todos aliados dos Estados Unidos, votaram contra a favor de Israel: além de Brasil, EUA e Israel, Austrália, Canadá, Colômbia, Nauru e Micronésia deixaram de apoiar os palestinos na questão.

O novo posicionamento brasileiro – inédito, já que o Itamaraty jamais havia se colocado explicitamente contra os palestinos, como desta vez – demonstra a solidez da aliança do governo Bolsonaro com Israel, numa grande mudança da política externa do País.

Na resolução que que condenava os assentamentos israelenses em partes de Jerusalém, no território palestino e nas Colinas de Golã, o Brasil se absteve, juntamente com mais 15 países – a resolução acabou sendo aprovada com 156 votos a favor.

A questão específica sobre a ocupação das Colinas de Golã também foi aprovada, com 155 votos a favor. O Brasil, contudo, mais uma vez optou pela abstenção. Já na resolução que tratava das propriedades e receitas dos palestinos, o Brasil se absteve ao lado de outros oito governos aliados dos EUA – a resolução passou com 162 países apoiando-a, entre eles todos os sul-americanos, inclusive Chile.

Brasil manteve-se ao lado dos palestinos em outras quatro resoluções, porém: votou a favor de uma resolução que instava os governos a manter a ajuda aos refugiados palestinos; apoiou uma resolução para dar assistência às pessoas deslocadas como resultado da Guerra dos Seis Dias, em 1967; e deu suporte à resolução que dava apoio aos trabalhos da ONU para ajuda humanitária aos palestinos no Oriente Médio.

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