Produção de Coca-Cola na Venezuela pode ser interrompida por falta de açúcar
No país, há fábricas em várias cidades que empregam mais de 7 mil trabalhadores
A empresa que produz a Coca-Cola na Venezuela anunciou hoje, em comunicado, que está com dificuldades para conseguir açúcar para a fabricação do produto, devido à paralisação dos engenhos açucareiros locais.
“As centrais açucareiras nacionais (venezuelanas), fornecedores de açúcar refinado de uso industrial para a nossa operação, nos comunicaram que paralisaram temporariamente suas operações por falta de matéria-prima”, explica o comunicado divulgado em Caracas.
Segundo a Coca-Cola Femsa, “ações específicas” estão sendo realizadas para enfrentar o problema de maneira coordenada com fornecedores, autoridades competentes e trabalhadores.
“O sistema Coca-Cola da Venezuela informa que as nossas fábricas estão operando e continuarão a produzir até que se esgote todo açúcar refinado, industrial, em estoque”, explica.
Segundo o diário venezuelano El Universal, se a Coca-Cola não conseguir repor o estoque em breve, haverá interrupções temporárias na produção das bebidas, que somam 90% da produção local.
A empresa mexicana Coca-Cola Femsa está na Venezuela desde 2003, quando comprou a produtora de bebidas Panamerican Beverages Inc (Panamco) e está presente em outros países da região como a Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Panamá.
Na Venezuela, há fábricas em várias cidades que empregam mais de 7 mil trabalhadores.
No país, são cada vez mais frequentes as queixas de venezuelanos, cidadãos e fabricantes, sobre dificuldades para conseguir no mercado local alguns produtos como o açúcar, o leite, a farinha, o arroz, a margarina, o café e outros.
Os empresários se queixam também de dificuldades no acesso a recursos para importação, após um sistema rígido de controle cambial que está em vigor desde 2003 no país.
O sistema de controle cambial impede a livre obtenção local de moeda estrangeira e obriga os importadores a recorrerem às autoridades para terem autorização para acesso ao dólar, um processo que dizem ser também demorado.
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