Publicado em 27/05/2020 às 15h00.

Colbert Martins: ‘Emprego para morto não é necessário’

Em defesa ao fechamento do comércio, prefeito disse que sem a medida haverá muitos mortos na segunda maior cidade da Bahia

Arivaldo Silva
Foto: Prefeitura de Feira de Santana
Foto: Prefeitura de Feira de Santana

 

Após um grupo de 50 representantes de vários segmentos do comércio de Feira de Santana, a 108 km da capital baiana, realizarem um protesto em frente ao condomínio onde mora o prefeito da cidade, Colbert Martins, por insatisfação com o fechamento do comércio local, o gestor rebateu nesta quarta-feira (27), algumas opiniões dos empresários, afirmando que o fechamento do comércio não é uma questão de foro pessoal, mas uma decisão tomada a partir de várias análises das particularidades da cidade para o enfrentamento ao coronavírus. Colbert destacou que tem como dever salvar vidas e que sempre tem buscado o diálogo com os empresários.

“Nós estamos sendo atacados por um vírus invisível, que pode ser fatal. Logo, a nossa primeira preocupação deve ser evitar a morte. Como médico e prefeito, tenho o dever de me preocupar em tentar evitar a morte de outras pessoas. Também sou uma pessoa muito religiosa e respeito sobre todas as coisas o bem maior que Deus nos deu: a vida. Logo, em primeiro lugar a vida”, disse o gestor ao bahia.ba.

Em defesa ao fechamento do comércio, Colbert analisou que as declarações dos empresários de que a cidade já conta com mais de 20 mil desempregados e a pressão para a reabertura, é um posicionamento e uma preocupação necessária da categoria, mas se não houver o fechamento, haverá muitos mortos e, na opinião dele, não será possível empregar mortos.

“O Brasil inteiro, a Bahia, Salvador, têm também e esses problemas econômicos e de emprego que devem ser solucionados sim, mas somente para quem estiver vivo, porque emprego para morto não é necessário. Essas informações dos principais escritórios de contabilidade que a economia vai recuar, isso tudo precisa de base científica e eu não sei desses dados que emergiram assim”, afirmou Colbert.

No momento, Feira de Santana tem 152 leitos de UTI, em hospitais públicos e privados. Há 10 leitos de UTI para Covid no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), mas a taxa de ocupação, em média, é de 80% de pacientes vitimados por outras doenças, ou acidentes os mais diversos. Ainda segundo o prefeito, um hospital de campanha com mais 10 leitos de UTI está em fase de montagem.

O prefeito relatou que os decretos são tomados conforme as alterações do cenário da cidade em relação a doença e que todas as suas decisões são tomadas ouvindo todos os segmentos.

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