Publicado em 17/06/2020 às 13h31.

Justiça acolhe denúncia em que prefeito é acusado de desviar R$ 2,1 milhões da educação

Pedro Alves de Oliveira (PSC) teria cometido as supostas irregularidades durante o exercício de 2018

Redação
Foto: Divulgação/TCM-BA
Foto: Divulgação/TCM-BA

 

O TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) acolheu uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que apura se o prefeito do município baiano de Curaçá, Pedro Alves de Oliveira (PSC), desviou R$ 2.113.952,37 em recursos públicos provenientes do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental). As supostas irregularidades teriam sido cometidas durante o exercício de 2018.

Naquele ano, a gestão recebeu do governo federal R$30.587.763,16, decorrentes de precatório pago pela União, em razão de sentença judicial transitada em julgado. O montante correspondia a valores de repasses do Fundef não executados em anos anteriores.

De acordo com o MPF, Oliveira, por sua vez, transferiu, para diferentes contas da prefeitura, R$ 2.113.952,37.  A prática é aponta na denúncia como como desvio de finalidade, uma vez que o valor foi utilizado para financiar ações não vinculadas à educação.

Em seu voto, o relator do processo, o conselheiro Paolo Marconi, determinou a formulação de representação para que seja apurada a prática de ato ilícito. A decisão foi seguida por seus pares. Ainda cabe recurso.

O julgamento que acatou o pedido do MPF ocorreu nesta quarta-feira (17), em uma sessão por videoconferência.

Além de pagar multa de R$ 8 mil pelas supostas irregularidades, Oliveira também terá de ressarcir, com recursos municipais, devolver à conta bancária única e específica de precatórios do Fundef, o total de R$370 mil. Esse montante foi desviado ilegalmente da conta específica de precatórios do Fundef e aplicada em pagamentos sem qualquer relação com atividades relacionadas à educação.

Em sua defesa, o prefeito Pedro Alves de Oliveira reconheceu o remanejamento de recursos oriundos dos precatórios do Fundef para outras contas municipais.

Ele, contudo, refutou a acusação de desvio de finalidade na sua aplicação da verba ao argumentar que se trataram de “movimentações temporárias de recursos posteriormente devolvidos”. Afirmou que as operações se deram para atender a políticas públicas da educação que, segundo ele, não tinham caixa suficiente para serem executadas naquele momento.

Embora o prefeito tenha afirmado que já teria estornado o total de R$2.113.952,37, ele comprovou documentalmente transferências bancárias de apenas R$1.743.952,37.

Assim, terá de ressarcir ainda o valor de R$370 mil.

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