Publicado em 19/11/2019 às 11h36.

A julgar pelo que quer mudar nas regras do trânsito, Bolsonaro está na contramão

'O desmonte regulatório do trânsito é um crime contra a sociedade. O trânsito é a principal causa de mortalidade na população de 18 a 30 anos'

Levi Vasconcelos
Foto: assessoria/Assembleia Legislativa
Foto: assessoria/Assembleia Legislativa

 

Pelo que se viu ontem na audiência pública convocada pelo deputado Alex Lima (PSB), que a Assembleia realizou para discutir as mudanças nas regras do Contran/Denatran para o trânsito, o governo está totalmente na contramão.

Veja você. O diretor do Detran, Rodrigo Pimentel, pontuou que, a ampliação do prazo para a renovação da carteira de habilitação de cinco para dez anos, além de ser muito elástico, ainda dá um prejuízo de R$ 90 milhões. Também pontuou que a liberação geral para exames médicos dificulta muito a fiscalização:

— Vai ficar difícil.

Vilas Boas vê crime

Mais incisivo, o secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas Boas, bateu:

— O desmonte regulatório do trânsito é um crime contra a sociedade. O trânsito é a principal causa de mortalidade na população de 18 a 30 anos.

Ele assinala que o fim do DPVAT é outro absurdo.

— O governo gasta bilhões com o tratamento dos acidentados e também com as pensões por invalidez. O DPVAT deveria ser dez vezes mais caro.

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) diz que se esperava que o governo aprofundasse o debate em defesa da vida, o bem maior, mas faz exatamente o contrário.

Fechando, Alex Lima disse que o Brasil é o 4º país do mundo em mortes no trânsito, atrás apenas de China, Índia e Nigéria. ‘Temos que lutar contra isso’.

Sem dúvida, mas pelo jeito, vai ficar pior.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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