ACM Neto nega migração de aliados e acusa governador de reagir a cobranças: Está dando xilique

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, negou nesta sexta-feira (5) que aliados seus tenham migrado para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A declaração rebate movimentos recentes de políticos que anunciaram apoio ao petista e foram apresentados como novas adesões à base governista.

Neto afirmou que não houve qualquer debandada entre seus apoiadores e acusou o governo de tentar inflar anúncios para criar a impressão de fortalecimento político. “Não tem nenhum político da minha base que migrou para a base de Jerônimo. Tem políticos que já eram de Jerônimo em 2024 que eles estão anunciando como se tivessem migrado, e não migraram coisa nenhuma”, disse.

Segundo o ex-prefeito, o governo estadual estaria reagindo mal às pressões por entregas e resultados após quase três anos de gestão. “O que eu vejo é muita conversa, muita promessa. O governador abriu um saco enorme de promessas e agora está nervosinho, agoniado, dando xilique porque as pessoas estão cobrando”, afirmou, reforçando que a cobrança hoje não parte apenas da oposição. “Isso vai de gente da nossa base a gente da base dele, vai do político ao cidadão comum. Está todo mundo cobrando”.

Neto voltou a dizer que Jerônimo Rodrigues não apresenta marcas relevantes de gestão e tem sido confrontado pela população com problemas visíveis no dia a dia. “O povo vai lá e mostra em vídeo, em foto. Uma estrada que não foi feita, uma escola que não foi construída, hospital sem médico, paciente esperando no corredor. Não adianta, a realidade da Bahia está aí”, declarou.

União Brasil e PL na Bahia

Após o anúncio de que Flávio Bolsonaro (PL) será o nome apoiado por seu pai, Jair Bolsonaro (PL), na disputa presidencial de 2026, ACM Neto afirmou que a relação entre União Brasil e PL na Bahia segue em construção e não sofre impacto imediato da decisão nacional.

Segundo ele, a articulação entre as siglas no estado não depende de movimentos vindos de Brasília. “A nossa aliança aqui não acontece de cima para baixo, acontece ao contrário: de baixo para cima. Tem acontecido aqui na Bahia, numa aproximação natural entre mim, João Roma, Roberta Roma e outras lideranças do PL”, explicou.

Neto afirmou que o amadurecimento de uma aliança local está mais avançado do que qualquer debate sobre o cenário nacional. “Eu entendo que o amadurecimento de uma aliança na Bahia está muitos passos à frente de uma discussão nacional. Pode amadurecer uma aliança nacional mais adiante, mas aqui na Bahia isso já está acontecendo”, afirmou.

Embora tenha ponderado que não pode falar em nome do PL, ACM Neto disse que o objetivo comum segue o mesmo: formar uma chapa competitiva tanto na Bahia quanto no Brasil. “Nada muda o nosso desejo de que haja a melhor chapa, tanto na Bahia quanto no Brasil, para mudar a realidade do nosso país e do nosso estado. E eu sinto que é o desejo das pessoas”, concluiu.