Publicado em 26/05/2021 às 12h58.

Alagoinhas, onde a cerveja turbina a vida do campeão

As cervejarias apoiam, mas discretamente, não querem a marca contra outras torcidas

Levi Vasconcelos
Foto: Maurícia da Matta/FBF
Foto: Maurícia da Matta/FBF

 

Quando Alagoinhas estava em plena euforia pela conquista do Campeonato Baiano pelo Atlético, ou Carcará, como chamam lá, o primeiro título da história, surgiu a notícia de que o governo fecharia as cervejarias da cidade. Spray de pimenta na festa. Nada real, mas deu o que falar.

Alagoinhas também tem antes e depois. Antes da Schincariol, hoje Haineken. Lá está também o Grupo Petrópolis, o da Itaipava. Ou seja, a economia cresceu no embalo da cerveja. E o futebol foi na onda, como acontece no Brasil, em São Paulo, o maior PIB, o que tem mais times; depois o Rio; no segundo escalão Minas e Rio Grande do Sul, aí já com dois times cada; em terceiro, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Goiás, Pernambuco e Ceará; e o resto.

Opostos

Curioso é o tempero político. Paulo Cezar, prefeito de 2009 a 2016, foi o mentor da industrialização de Alagoinhas, quem mais puxou indústrias para lá, mas nunca ligou para o Atlético. Ano passado ele liderou todas as pesquisas, e na reta de chegada perdeu para o prefeito Joaquim Neto (PSD), que é médico do Atlético há mais de 20 anos, corre atrás de patrocínios e surfa.

— Eu não pensei em ser campeão, mas confesso que foi bom demais. Estou feliz.

A folha do Carcará é pequena, R$ 50 mil mensais. As cervejarias apoiam, mas discretamente, não querem a marca contra outras torcidas. E Ronan, o artilheiro do campeonato, pediu de prêmio um smartphone e um poço artesiano na casa de sua mãe, R$ 1,5 mil. Ou seja, lá ainda é um pibinho, mas bem melhor.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.