Publicado em 18/04/2022 às 09h57.

‘Os cara já morreram’, diz Mourão sobre áudios que comprovam tortura na ditadura

Gravações de sessões do Superior Tribunal Militar comprovam episódios de tortura como o caso de grávida que abortou após receber choques na genitália

Redação
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Após a jornalista Míriam Leitão divulgar gravações inéditas de sessões do Superior Tribunal Militar (STM) que comprovam episódios de tortura durante a ditadura, nesta segunda-feira (18) o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) minimizou os áudios e riu ao ser questionado sobre uma eventual investigação.

De acordo com informações do G1, ao ser interpelado por jornalistas na entrada do Palácio do Planalto sobre a possibilidade de apuração, ele desconversou. “Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. [risos]. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse Mourão, que é general da reserva do Exército.

“História, isso já passou, né? A mesma coisa que a gente voltar para a ditadura do Getúlio. São assuntos já escritos em livros, debatidos intensamente. Passado, faz parte da história do país”, acrescentou o militar.

Nos áudios, que somam mais de 10 mil horas de gravações e foram analisados pelo historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há episódios chocantes. Em um deles, um general defende a investigação do caso de tortura de uma grávida de 3 meses que abortou após sofrer choques elétricos na genitália; em outro, um ministro denuncia uma confissão de roubo a banco obtida após o suspeito – que estava preso na época do crime – receber marteladas.

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