Publicado em 05/09/2016 às 12h56.

Bassuma diz que Lewandowski não tem ‘compromisso com honestidade’

Pró-impeachment, ex-deputado cogita “acordão” em divisão de julgamento de Dilma e lembra de caso em que prefeito teria sido absolvido após pagar R$ 1 milhão a ministro

Evilasio Junior
Foto: Evilásio Júnior/ bahia.ba
Foto: Evilásio Júnior/ bahia.ba

 

Candidato a vice-prefeito de Salvador na chapa liderada pelo Pastor Sargento Isidório (PDT), o ex-deputado federal Luiz Bassuma (Pros) levantou novas suspeitas em relação à atuação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Embora diga que “o impeachment foi correto pelo conjunto da obra de Dilma” – ele atuou como auxiliar parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES) –, o ex-congressista acredita que o fatiamento do julgamento da petista, que a livrou da pena de oito anos de inelegibilidade, foi fruto de um “acordão” para beneficiar “Eduardo Cunha e outros”.

“Eu acho que por trás há outros interesses escusos e a Dilma não é o que pesou nisso daí. O desfecho foi extremamente perigoso. […] Os comportamentos que o Lewandowski teve em vários momentos no Supremo, não foi só esse agora, foram comportamentos parciais. A última coisa que um ministro pode ser é parcial. Os ministros estão lá para zelar pela Constituição. Só. Mais nada. Não estão lá para fazer política. Política quem tem que fazer é outro segmento, que é o Congresso, que é eleito para isso. Mas eles fazem política. É um erro isso. É um desvio. E o ministro Lewandowski teve várias posturas parciais. Eu estou fazendo crítica à figura pública, porque ele é um ministro do Supremo. Quanto à pessoa, nós temos que entender como um irmão que está falhando, cometendo erros. Que um dia, quem sabe, ele seja iluminado por Jesus Cristo e saia desse caminho tortuoso”, opinou, em entrevista ao programa O Sistema É Bruto, 1ª Edição, na Rádio Vida FM 106,1, ao pontuar que no STF “não tem só bandido” e destacar a atuação da ministra Carmen Lúcia.

Ele ainda lembrou de um episódio em 2008, em que usou a tribuna da Câmara para repudiar e levantar suspeição do atual presidente da Suprema Corte, que teria recebido dinheiro para absolver o então prefeito da cidade de Araçás, no nordeste baiano, José Coelho Irmão (PSDB).

“Naquele momento, eu ainda estava no PT, e nós conseguimos uma coisa rara na Bahia que foi cassar o mandato de um prefeito corrupto, que dominava a cidade de Araçás desde a sua fundação. Ele foi cassado pela Justiça baiana porque nós conseguimos provas materiais, que é a coisa mais difícil. Aí vai para Brasília, eu era deputado federal, e eu peço audiência com o ministro. Estava na mão dele o processo, era só ele manter a decisão. Ele me recebeu e eu fui dizer para ele que era uma cidade pequenininha, que tem 12 mil habitantes, que poderia parecer um nada no Brasil, mas era um exemplo. Era a primeira vez que a Bahia estava cassando um prefeito corrupto com provas inequívocas. Rapaz, eu e o pessoal que estava comigo saímos do gabinete dele satisfeitos. Nos recebeu bem, educadamente, nos ouviu, mas sabe o que aconteceu naquele dia? O prefeito foi absolvido por decisão do Lewandowski, mas não foi só isso. Ele foi festejar em praça pública, com trio elétrico, e sabe o que ele disse em praça pública? Que ele levou uma mala com R$ 1 milhão para conseguir isso. Aquela decisão do Lewandowski foi explícita de alguém que não tem compromisso com a honestidade”, acusou.

Ex-espírita, Bassuma atualmente se diz “cristão”, mas classificou que “a cor [da aura de Lewandowski] não é boa”.

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