Publicado em 05/05/2021 às 16h10.

Bolsonaro tenta repartir com governadores a conta maldita da Covid. Cola?

Sabe-se lá. Mas em parte ele já atinge o objetivo

Levi Vasconcelos
Foto: reprodução/redes sociais
Foto: reprodução/redes sociais

 

Enquanto o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta dizia na CPI da Covid, ganhando as atenções midiáticas da nação, que Bolsonaro sugeriu que ele colocasse a Covid na bula da Cloroquina, pipoca cá que o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas, junto com os colegas do Nordeste, foi convocado.

Deputados governistas como Alex Lima (PSB) e Marcelinho Veiga (PSB) dispararam o tom da reza: os aliados de Bolsonaro tudo fazem para tirar o foco da questão federal e empurrar o abacaxi das supostas falcatruas – ou equívocos letais – para os governadores.

Cola? Sabe-se lá. Mas em parte ele já atinge o objetivo, como no caso de Fábio Vilas-Boas. O próprio Bolsonaro já disse, como sempre, sem nada provar ou um indicativo mínimo que seja, que na dinheirama que ele repassou para os estados ‘teve muito roubo’.

Recorde

Como diz a deputada Lídice da Mata (PSB), a CPI já incomoda o governo. Tanto que ele ensaiou ataque e defesa, algo comum no marketing político. Mas tem contra si, além da bagunça internacionamente reconhecida no combate à Covid, o recorde de quatro ministros da Saúde em menos de um ano, algo nunca visto.

Diz-se em Brasília que a pandemia que tanto prejudica Bolsonaro é também quem muito o ajuda, já que, num momento de crise, não seria bom o impeachment presidencial.

Seja como for, os sinais do cenário lá e cá não são bons. Parece mais algo tipo vatapá no ventilador. Aliás, o Brasil vive um tempo de baixarias intensas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.