Publicado em 17/11/2019 às 12h35.

Brasil: tudo bem para os barões. E para os peões?

Artigo de Éden Valadares

Redação
Foto: João Ramos/PT-BA
Foto: João Ramos/PT-BA

 

Há tempos percebemos os articulistas políticos, na TV, Rádio e Internet, falarem em polarização, radicalização, extremismo. Entretanto, os economistas e comentaristas da área usam pouco estes termos – apesar das ações de Paulo Guedes serem ultra liberais…

À grande mídia, parceira e sócia do capital financeiro, não interessa publicar o contraponto, dar oportunidade à divergência, tampouco lembrar seus ouvintes e espectadores que há uma outra visão e que esse ponto de vista já foi inclusive bem sucedido: com Lula.

Assim, a tal polarização só vale para a política, mas é negada na economia.

E o que dizem os neoliberais para defender o governo Bolsonaro? Que a CEF fechará 2019 com um lucro enorme; que o Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 4,5 bi no terceiro trimestre (alta de 33,5%); e que a taxa Selic caiu para 5%.

Outros argumentarão o valor de mercado da Petrobrás; o crescimento da receita líquida da Embraer; ou a previsão de safra recordes de grãos para 2020 e 2021.

Pagamento de juros, deflação, lucro para os bancos e operadores do mercado financeiro, privatização, desindustrialização, perda da soberania nacional e o Brasil voltando a ser mero exportador de commodities.

Essa é a agenda do mercado. Essa é a agenda de Bolsonaro. Ela gera bilhões para poucos ricos, e muito pouco para milhões de pobres.

Nossa agenda – a que não tem oportunidade de ser apresentada, a que é negligenciada e negada pela grande mídia – é outra. É a de Lula, da justiça social, do emprego, da inclusão, da oportunidade para todos, da recuperação da indústria e tecnologia nacionais, do crescimento econômico e desenvolvimento social.

Controle inflacionário é importante e estabilidade econômica uma conquista da sociedade brasileira, mas nosso foco não está nos juros, e sim na renda; não está no câmbio, e sim no poder de compra do trabalhador; não cuidamos de bancos, e sim de gente.

No Brasil que queremos e lutamos para resgatar, os Direitos Sociais não serão cortados em nome do “controle do déficit público”; nem o Direito a Aposentadoria Digna virará “seguridade privada”.

No Brasil que queremos e lutamos para resgatar, jovens terão Emprego e Salário, e não “ocupação e renda”. Queremos Trabalhador (com Carteira Assinada), e não “Colaborador” (mega explorado pelos Eats e Foods da vida).

Os argumentos de que o Brasil está bem só atendem aos barões. E precisamos voltar a construir o país a partir dos peões.

Éden Valadares, 37, é presidente eleito do PT da Bahia.

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