Publicado em 07/12/2019 às 07h30.

CGU: documento citado por Bolsonaro sobre laranjas do PSL não existe

Presidente havia dito, em junho, que o ministro da Justiça, Sergio Moro, havia enviado a ele uma cópia do que foi investigado pela Polícia Federal

Redação
Foto: Carolina Antunes/PR
Foto: Carolina Antunes/PR

 

Uma versão apresentada pela Controladoria-Geral da União (CGU), órgão do governo federal, apontou como inexistente um documento que o próprio presidente Jair Bolsonaro disse, em junho do ano passado, ter recebido do ministro Sérgio Moro (Justiça).

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, a CGU deu parecer sem pedir explicações adicionais à Presidência e ao Ministério da Justiça, sob o argumento de que as informações que constam no processo digital “foram suficientes para a formação da opinião técnica”.

O posicionamento foi obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação, após o recurso ter sido negado duas vezes pelo ex-juiz Sergio Moro. A CGU está sob o comando do ex-oficial do Exército, Wagner Rosário.

Relembre – Em Osaka, no Japão, Bolsonaro foi indagado por jornalistas, no dia 28 de junho, sobre a investigação desencadeada um dia antes pela Polícia Federal sobre membros do PSL.

“Conversei com o Sergio Moro rapidamente sobre isso (a prioridade nossa aqui é outra). Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler”, informou o presidente.

O caso, entretanto, tramitava sob segredo na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte — e o repasse de dados a pessoas que não são parte da apuração poderia configurar quebra do sigilo processual.

Revelado pela Folha em fevereiro, o caso dos laranjas do PSL se tornou alvo de investigações da PF e do Ministério Público em Minas e em Pernambuco e levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou o partido em 2018.

Após ser indiciado pela PF, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de envolvimento no esquema, mas acabou mantido no cargo por Bolsonaro.

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