Publicado em 23/03/2020 às 13h08.

Com romaria proibida, clandestinos levam o perigo do corona para Bom Jesus da Lapa

"O governador vai ter que nos ajudar", diz o prefeito Eures Ribeiro

Levi Vasconcelos
Foto: assessoria/União dos Municípios da Bahia
Foto: assessoria/União dos Municípios da Bahia

 

Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da UPB, e os colegas da região, estão pedindo socorro. Não sabem como barrar a enxurrada de ônibus clandestinos procedentes de São Paulo, o ninho do corona.

Só ontem, na Lapa chegaram sete. A previsão é de que chegue mais 10 amanhã.

— A previsão é de que nos próximos dias cheguem por aqui mais de 100 mil pessoas, uma situação muito preocupante, sabendo que a origem desse pessoal é São Paulo.

Justamente por causa do coronavírus a romaria de Bom Jesus da Lapa foi cancelada. A romaria é a segunda maior do Brasil (só perde para Aparecida, em São Paulo), atraindo 2,5 milhões de pessoas por ano. A festa começaria em abril, na Semana Santa, e terminaria em agosto. O Santuário de Bom Jesus da Lapa neste ano vai ficar vazio.

Desafio

Eures diz que a romaria é a alma da cidade, tanto do ponto de vista cultural quanto econômico.

— Que jeito? O prejuízo é imensurável, mas a briga maior é para conter o vírus. E uma romaria é prato cheio.

Pior, ressalta ele, é bancar o veto do ponto de vista oficial, com a suspensão de missas no santuário já, e ser vítima de clandestinos.

— O governador vai ter que nos ajudar.

Ora, o corona correu na alta classe média, e o que se quer é evitar que ele chegue no povão, daí tantas proibições, uma tentativa de barrar o crescimento da pandemia. A Lapa virou um perigo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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